Produção de veículos aumenta, mas está longe da recuperação
Publicado: 30 Janeiro, 2018 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
Puxada pela alta nas exportações brasileiras, a produção total de veículos registrou crescimento de 25,2% em 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior, com 2,7 milhões de unidades.
Embora o resultado mostre aumento da produção, essa melhora foi impulsionada principalmente pelas exportações, que somaram 762 mil veículos, o que representa crescimento de 46,5% em relação a 2016.
Os dados são do levantamento “Indicadores da Indústria Automobilística” elaborado pela Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
“Temos que deixar claro que a situação melhorou referente a um ano que foi muito ruim, em um cenário que se piorasse, significaria o fechamento de fábricas”, afirmou o diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, responsável por políticas industriais, Wellington Messias Damasceno.
“Ainda está muito distante da produção que tivemos em 2012, com registro de ociosidade nas fábricas”, prosseguiu.
O dirigente ressaltou que a falta de uma política automotiva brasileira amplia a ameaça contra a indústria nacional e os empregos.
“Se não fosse o Inovar-Auto, que se encerrou em dezembro do ano passado, o País estaria em um cenário muito pior. Um dos resultados do Regime Automotivo foi ter dado a condição de o Brasil disputar os mercados externos”, explicou.
“O Inovar-Auto incentivou as empresas a melhorarem a competitividade, a segurança e a eficiência dos veículos”, ressaltou. “E essa plataforma mais competitiva só foi possível por conta dos investimentos realizados com o Regime Automotivo”, continuou.
Entre os resultados da política ao setor estão mais de R$ 16 bilhões em investimentos e mais de 54 mil empregos diretos e indiretos.
“Em 2011, antes do Inovar-Auto, o número de importações estava muito alto sem agregar nada à indústria brasileira”, lembrou. “O Sindicato sempre defendeu políticas ao setor automotivo, como o Programa Nacional de Renovação de Frota, o incentivo à ferramentaria e o próprio Inovar-Auto”, prosseguiu.
Wellington explicou que é por isso que o Sindicato participa das discussões para defender uma política voltada aos interesses dos trabalhadores.
“O setor precisa de um motor propulsor do Estado como incentivador para a pesquisa e o desenvolvimento da inteligência no País”, defendeu.
“Se não marcarmos posição, as políticas em discussão podem sair apenas com o incentivo às montadoras e sem nenhuma contrapartida aos trabalhadores, como melhores empregos, salários e qualificação profissional”, concluiu.
(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)