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Trabalhadores do Brasil, México e Argentina concluem programa de formação

Publicado: 16 Setembro, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

 

Teve início na quarta-feita,13, na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em São Bernardo do Campo (SP), o 3° Módulo de Formação Sindical do Projeto "Ação Frente às Multinacionais na América Latina".  O curso, que tem o objetivo de possibilitar a troca de experiências entre dirigentes sindicais dos ramos da Construção, Metalúrgicos, Químicos e Vestuário do Brasil, México e Argentina, é promovido pelo Instituto Observatório Social (IOS) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), e tem o apoio da central sindical alemã DGB BW.

Durante a abertura, o presidente do Instituto Observatório Social, Siderlei de Oliveira, ressaltou a importância das Redes Sindicais no atual contexto político do Brasil. “As redes têm um grande sentido nesse momento em que os trabalhadores estão sofrendo um golpe”, afirmou Oliveira. Segundo ele, é preciso que as redes se unam para enfrentar a onda de conservadorismo que ocorre no Brasil e em outros países da América Latina. “As próximas eleições podem mostrar um retrato diferente. Mas os problemas são resolvidos na rua, com cada categoria e os ramos fazendo a sua mobilização”, apontou.

Durante a programação, André Cardoso, economista da subseção CNM/CUT do Dieese, fez uma apresentação sobre a formação da indústria brasileira e traçou um panorama do setor em meio à crise política no Brasil. Em seguida os participantes do curso foram até o Sindicato dos Metalurgicos do ABC acompanhar a assembleia de Campanha Salarial  e mostrar apoio às reivindicações da categoria.

Os representantes dos países participaram da assembléia e falaram da importância de lutar em defesa dos direitos e contra as ameaças por parte de setores do empresariado, da imprensa comercial e do governo.

No ato, o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, convocou os metalúrgicos de todo país para os atos de mobilização nacional com duas datas já definidas, dias 22 e 29 de setembro. "Os atos são contra projetos como a implantação da jor­nada de trabalho de 12 horas diárias, terceirização ilimitada, contratos de trabalho flexíveis e mudanças na aposentadoria", ressaltou.

Na próxima quinta-feira, dia 22, a CUT e as demais centrais sindicais organizam o Dia Nacional de Paralisação e Mobilização das Categorias com atos da classe trabalhado­ra em todos os estados do país.

Ato em frente à Ansell Hércules

 

Crédito: Divulgação
Integrantes do curso de formação fazem ato em frente a Ansell HérculesIntegrantes do curso de formação fazem ato em frente a Ansell Hércules
Ato em frente à Ansell Hércules

O grupo se mobilizou na manhã quinta-feira (15) na porta da fábrica de confecções Ansell Hércules, em São Bernardo do Campo (SP), para entregar informativos do Sindicato dos Profissionais em Confecção do ABC, entidade filiada à CNTRV/CUT.

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT, Cida Trajano, participou do ato e aproveitou para falar das atividades e atuação do sindicato do ABC. O ato estava previsto na programação do curso, para que os trabalhadores de outros países conhecessem um pouco como são as estratégias de mobilização sindical no Brasil.

Mulheres e jovens
Além de atender às expectativas da organização do projeto, os resultados do curso contemplaram resolusões congressuais da CUT em relação a mulheres e jovens: 30% dos participantes do curso de formação, realizado em três módulos, foram mulheres. É uma fração bem significativa para a organização do projeto "Ação Frente a Multinacionais da América Latina", que atendeu não só a expectativa do projeto, como também a politica da CUT, que é a organização de mulheres e jovens no movimento sindical.

"Tínhamos nos proposto de fomentar os ramos para que indicassem jovens e mulheres nas cotas de participantes, já que o objetivo do curso é fortalecer a política regional de redes sindicais na América Latina, para contribuir com o combate ao trabalho precário", ressaltou Alexandre Bento, coordenador do projeto. "Estamos satisfeitos com os resultados, que também foi significativo entre os jovens. Muitos já estão aplicando os conteúdos nos seus sindicatos".

De acordo com Cida Trajano, que faz parte da direção da CUT Nacional, os sindicatos têm colocado em prática as resoluções da CUT, de formar jovens, mulheres e negros. "Vejo que eles têm indicado esta parcela de públicos para os cursos não só de redes, mas para todos que envolvem formação sindical. E isso só vem acrescentar na nossa luta", disse. "Temos, inclusive, uma pesquisa que aponta que quando as mulheres vêm para dentro das direções sindicais não passam de dois mandatos. Então este curso de formação possibilitou tanto às mulheres, como aos jovens, entender o mundo do trabalho, se conscientizar da luta política e da luta de classe".

Avaliações
" O curso de Formação foi algo muito produtivo e enriquecedor. Vou levar todo conhecimento para minha base. Foi a oportunidade de conhecer a realidade de trabalhadores de outras regiões e outros países. Com o aprendizado que tive, já consegui contribuir no meu sindicato com a formação de redes sindicais, que era algo que tínhamos muita dificuldade, principalmente dentro das multinacionais. Já conseguimos implementar algumas e estamos caminhando. Inclusive, realizamos algumas reuniões. E o curso ajudou bastante neste processo".  Jessica Andrade, representando a Conticom (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Construção)

 "Participar deste módulo de formação foi uma experiência única, principalmente a troca com os argentinos e mexicanos. Pudemos ver que as lutas são iguais às nossas, independente do país, que é por melhores condições de trabalho, melhores salários. Este curso trouxe a possibilidade de eu poder levar a experiência para o meu sindicato, onde numa reunião da diretoria, pude apresentar todo este conhecimento aos diretores. A equipe é sempre renovada. Hoje somos 17 dirigentes novos. E acredito que este curso de redes vai nos trazer novos conhecimentos". Edna Vasconcelos, representante do Sindicato dos Químicos de São Paulo e diretora da CNQ (Confederação Nacional do Ramo Químico)

"O curso foi uma experiência muito rica. Foi um espaço que possibilitou a troca de informação com outros países, com companheiros e companheiras da Argentina e México. Isso nos fortalece na luta, pois é necessária esta solidariedade entre os trabalhadores. Hoje é evidente o avanço do neoliberalismo e isso aumenta a importância de nos organizarmos. E as redes sindicais são um dos caminhos. Temos que entender a importância de passar isso pra frente. Não podemos apenas participar dos cursos e ficar com este aprendizado conosco. Nós já temos agendado uma reunião em 4 de outubro para compartilhar este conhecimento. Será uma reunião nacional do ramo. Vamos passar todas as nossas experiências com os módulos de formação, até para podermos traçar um projeto de luta para o nosso setor". Marcia Viana, da direção da CNTRV e CUT/SP 

(Fonte: Sheila Fernandes, Instituto Observatório Social)
 

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