Projeto de formação sindical de metalúrgicas em Moçambique tem última etapa nesta semana

Crédito: Divulgação

Quarto módulo do projeto

Parte do grupo de participantes ao final do quarto módulo do projeto, que aconteceu em dezembro

Com início nesta quarta (13), o projeto de organização e formação de mulheres metalúrgicas de Moçambique, conduzido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, chega a sua quinta e última etapa, tratando da participação da mulher na política.

Para cumprir este módulo – que acontece no Instituto Nacional de Investigação Agronômica, em Maputo (capital de Moçambique) e termina na sexta-feira (15) – já estão naquele país o presidente e a secretária da Mulher da CNM/CUT, Paulo Cayres e Marli Melo.

A atividade é uma cooperação internacional entre a CNM/CUT, a IndustriALL – a entidade sindical mundial que congrega os trabalhadores das indústrias metalúrgicas, químicas e têxteis –, a CAW Union – o sindicato dos trabalhadores canadenses em montadoras –, com apoio do Sintime (Sindicato Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgica, Metalmecânica e Energia de Moçambique).

O objetivo do projeto – do qual participam 25 mulheres moçambicanas – é compartilhar o avanço das trabalhadoras brasileiras com as mulheres metalúrgicas daquele país. A primeira etapa aconteceu em setembro de 2011. 

“É uma honra para a CNM/CUT estar à frente deste projeto e poder contribuir com a formação sindical das trabalhadoras moçambicanas. Estamos retribuindo todo o apoio que recebemos da CAW e da IndustriALL para programas de formação de metalúrgicas brasileiras. Com esse apoio, a CNM/CUT conseguiu avançar em suas lutas em favor da igualdade de gênero e se tornar um exemplo para trabalhadoras de outros países”, avaliou Paulo Cayres.

Para Marli Melo, esta etapa tem um simbolismo muito forte, não apenas por ser o coroamento deste trabalho conjunto com as entidades, mas porque acontece no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. “Com isso, além de compartilhar nossas experiências com as moçambicanas, estamos levando a elas também a solidariedade de classe e nos colocando à disposição para empreender lutas conjuntas em favor das trabalhadoras metalúrgicas em todo o mundo”, destacou a secretária da Mulher da CNM/CUT.

Nas etapas anteriores, projeto já abordou temas como a mulher e movimento sindical; gênero e direitos humanos; saúde da mulher trabalhadora; negociação coletiva e mercado de trabalho. Neste último módulo, além de rememorar esses temas, serão discutidas as dificuldades e possibilidades da participação da mulher nas instâncias de poder, principalmente no sindical.

Como foi formatado o projeto
Desde 2003, CAW, IndustriALL (na época Fitim) e CNM/CUT vêm apoiando trabalhadoras metalúrgicas de Moçambique para identificar suas necessidades e melhorar a situação delas no local de trabalho e no sindicato. Isso foi decorrente do intercâmbio Sul-Sul, que aproximou trabalhadoras brasileiras, moçambicanas e angolanas para compartilhar experiências e entender o papel da mulher na vida sindical.

Durante a última oficina deste intercâmbio, realizada em dezembro de 2009, em Moçambique, da qual a CNM esteve presente, a maioria das jovens trabalhadoras daquele país expressou suas dificuldades diárias no local de trabalho, a falta de possibilidade para estudar e avançar como sindicalista, além do conhecimento precário sobre a legislação trabalhista e as convenções internacionais de proteção às mulheres trabalhadoras.

Assim, com o apoio do Sintime, foi formatado este projeto e a CNM/CUT participa com a presença de pelo menos um/a formador/a em cada um dos cinco módulos.

(Fonte: Yolanda Moretto e Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT)