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PSA Peugeot Citröen quer superar seu recorde em 2011

Publicado: 01 Fevereiro, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Segundo Gomes, presidente da PSA Peugeot Citröen para Brasil e América Latina, meta é ampliar participação no BrasilO dia de hoje marca uma data especial para a PSA Peugeot Citroën no Brasil. Há exatos dez anos, em 1º de fevereiro de 2001, o grupo francês, o segundo maior construtor de carros da Europa (atrás da Volkswagen), inaugurou o seu primeiro centro de produção no mercado brasileiro, em Porto Real (RJ). Uma década depois os resultados são positivos, apesar da necessidade de ajustes para garantir maior crescimento no futuro. O grupo terminou 2010 com recorde nas vendas e começa 2011 com a perspectiva de ampliar ainda mais sua participação de mercado.

"Estamos contentes com a data: nestes dez anos aprendemos a caminhar, estamos implantados no Brasil e o consumidor olha hoje para a PSA de forma querida, mas exigente. E está no direito de esperar muito mais nos próximos anos", diz o português Carlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën para o Brasil e América Latina. Uma das metas do executivo, de 46 anos, é ampliar a participação de mercado da PSA no Brasil para 7,5% em 2015. Essa cota foi de 5,2% em 2010 e deve ficar próxima de 6% em 2011.

Para atingir parte do objetivo, estão previstos investimentos de R$ 1,4 bilhão entre 2010-2012. A capacidade de produção de veículos em Porto Real, que situa-se em 150 mil unidades por ano, deve aumentar quase 50%, indo para 220 mil carros a partir do ano que vem.

Gomes assumiu o cargo em 1º de julho do ano passado, quando entrou para o grupo PSA depois de 12 anos na Fiat, empresa em que ocupou a presidência para França, Espanha e Portugal. Bem adaptado ao Rio, onde está a sede da PSA, Gomes prevê que os próximos dez anos serão de grandes desafios para a empresa no mercado brasileiro, marcado por forte concorrência entre as montadoras. Mas ele entende que a PSA tem algo que a diferencia dos concorrentes: "Somos o único grupo a fabricar duas marcas no Brasil."

Juntas, Peugeot e Citroën venderam no país 174,4 mil carros de passeio e comerciais leves em 2010, volume que lhe garantiu a fatia de mercado de 5,2%. A PSA é a quinta montadora em vendas no mercado brasileiro, atrás das quatro grandes (Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford). O resultado da PSA no Brasil em 2010, melhor ano para o grupo no país, foi marcado por recordes nas vendas de novembro e dezembro, mês em que a montadora comercializou 18.736 unidades. Em 2001, primeiro ano de operação da fábrica de Porto Real, a PSA vendeu no país 48.600 unidades.

O ritmo forte de vendas continua em 2011. Em janeiro, as vendas cresceram mais de 40% sobre idêntico mês de 2010. A participação de mercado do grupo no mercado brasileiro, em janeiro, chegou a 5,9%, acima do mesmo mês do ano passado e no patamar esperado para o fechamento de 2011. "Este ano queremos nos aproximar de uma participação de mercado de 6% no Brasil", antecipa Gomes. Essa cota deve ficar em 6,4% na América Latina, onde o grupo também tem operações industriais na Argentina. No total, a PSA tem quatro fábricas entre Brasil e Argentina: duas de veículos e duas de motores.

A perspectiva de crescimento se estende às operações da PSA na América Latina, onde o grupo vendeu 230 mil veículos em 2009 e 280 mil no ano passado. O número deve atingir 350 mil automóveis em 2011 e chegar a 500 mil unidades em 2015, diz Gomes. Até 2012 o cenário está definido, mas após essa data o grupo ainda analisa onde fará os investimentos, se no Brasil ou na Argentina, um mercado importante para a PSA. O grupo chegou a analisar a construção de uma fábrica no México, mas desistiu do projeto.

Para duplicar as vendas, diz Gomes, será preciso ter um plano de produtos que acompanhe o crescimento, mas também de uma organização capaz de responder à demanda. A partir de 1º de janeiro, entraram em vigor na PSA mudanças internas válidas para a América Latina. Criou-se uma direção industrial que responde pelas operações de todas as fábricas, a cargo do brasileiro Tarcisio Telles. Antes cada fábrica se reportava diretamente ao presidente da PSA na região. "Quero dar ao Brasil um papel mais importante dentro de nossa estratégia industrial, daí a importância de criar um polo industrial que reagrupe as fábricas, a logística e a estratégia industrial como um todo", diz Gomes.

O executivo também decidiu separar as atividades de pesquisa e desenvolvimento, compras e qualidade, antes reunidas debaixo de um mesmo guarda-chuva. Também criou-se uma direção para a Peugeot e outra para a Citroën dentro da estrutura corporativa, as quais passam a definir as estratégias comerciais para a região. Em seis meses de Brasil, Gomes fez um diagnóstico da situação das operações no Brasil e na América Latina, região onde o grupo vendeu no ano passado 294 mil veículos, cerca de 8% das vendas mundiais da PSA, de 3,6 milhões de veículos.

No Brasil, que responde por um pouco menos de 60% das vendas da PSA no mercado latino-americano, o balanço aponta para um saldo positivo. Quando Peugeot e Citroën chegaram ao país, foram reconhecidas como marcas glamourosas, com conceitos que não havia no mercado, e tiveram êxito fantástico, diz Gomes. E exemplifica: "Quando viu o Peugeot 206, o consumidor disse uau!" Mas no momento seguinte o plano-produto não foi tão ambicioso quanto poderia ter sido. O grupo poderia ter aproveitado a oportunidade de crescer mais rápido em um momento de revitalização do mercado. "Poderíamos ter crescido mais e melhor, mas estamos satisfeitos com o que foi feito e pensamos que os próximos dez anos serão bastante bons para nós."

Fonte: Valor