PSA produzirá mais no Brasil e menos na Argentina

A PSA Peugeot Citroën produzirá, em três anos, mais veículos no Brasil e menos na Argentina, como parte de programa de reestruturação das plantas do Grupo na América Latina, divulgado em fevereiro.

Em entrevista exclusiva a AutoData o presidente da PSA Peugeot Citroën para América Latina, Carlos Gomes, afirmou que hoje a produção da fabricante no Mercosul está dividida meio a meio por Brasil e Argentina. Com a adoção de apenas duas plataformas, uma para cada país, esta relação será modificada a favor do Brasil – o executivo afirmou que de 50%-50% a participação passará a ser "acima de 60% para o Brasil".

A iniciativa não tem relação com os recentes entraves nas fronteiras dos dois países, com aplicação de licenças não automáticas para entrada de veículos importados – a este respeito Gomes diz que "Brasil e Argentina têm, obrigatoriamente, que conversar e encontrar estratégias de desenvolvimento comuns, pois isto interessa ambos" – mas sim com a própria estratégia da PSA na região, que centralizará no País a produção de veículos compactos e, no vizinho, a de médios.

Como no Brasil os compactos representam a maior faixa de mercado, que em volume é substancialmente superior ao argentino, o fim da paridade 50%-50%, explica Gomes, virá justamente pela necessidade de produzir mais aqui para atender ao próprio mercado interno.

De acordo com o executivo a PSA foi a empresa que mais produziu veículos nos últimos cinco anos na Argentina e também a fabricante que mais repartiu sua produção nos dois maiores sócios do Mercosul.

O executivo afirmou ainda que as duas novas plataformas destinadas ao Mercosul são as mais modernas do Grupo PSA no mundo. A do Brasil será a BVH1, já utilizada nos C3 Aircross e Picasso nacionais e no C3 europeu – e que não tem relação alguma com as utilizadas hoje pelos Citroën C3 e Xsara Picasso e família Peugeot 207 produzidos em Porto Real, RJ.

Já na Argentina será adotada a BHV2, que abrigará, dentre outros, os novos Citroën C4.

Gomes afirma que as plataformas atuais produzidas no Brasil e Argentina "tem pouco potencial face ao futuro e à própria estratégia adotada pela PSA na região até 2014, por isso serão deixadas de lado".

A adoção da BVH1 e da BVH2 também mudará a relação da PSA com seus fornecedores na região. "Hoje produzimos uma plataforma comum no Brasil e na Argentina, o que reduz o número de pedidos aos fornecedores nos dois países. Com a centralização de uma plataforma em um país automaticamente nosso número de encomendas a um mesmo fornecedor será maior".

O executivo afirmou ainda que a BVH1 é composta por 376 peças, a maioria passível de fornecimento externo.

Fonte: Autodata