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Realidade de trabalho de metalúrgicas de Moçambique é foco de programa de formação

CNM/CUT é parceira do projeto, que seguirá até 2018, com o objetivo de contribuir com a luta das trabalhadoras daquele país por equidade no trabalho e na sociedade.

Publicado: 27 Abril, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
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Participantes da segunda etapa do programa de formação

Assédio sexual e moral no trabalho, casamento na infância, disparidade de salário entre mulheres e homens, machismo e licença maternidade de apenas 60 dias. Esses são alguns dos desafios que as mulheres metalúrgicas de Moçambique enfrentam no ambiente de trabalho e na sociedade. E é com o objetivo de contribuir para a formação e organização dessas trabalhadoras que foi realizada a segunda etapa do projeto de Cooperação Internacional de Formação de Mulheres Metalúrgicas em Moçambique, entre os dias 19 e 22 de abril. A atividade aconteceu em Maputo, capital daquele país (leia mais aqui).

O curso é desenvolvido em parceria entre a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), a IndustriALL Global Union (a federação internacional que representa os metalúrgicos, químicos e têxteis), o Unifor (sindicato canadense dos metalúrgicos e trabalhadores de vários setores) e o Sintime (Sindicato Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgica, Metalmecânica e Energia de Moçambique). 

Na primeira etapa do programa, que aconteceu entre 2012 e 2013, foram realizados cinco encontros em Moçambique, com a coordenação das dirigentes da Confederação. Durante os módulos, foram abordados temas como as mulheres e o movimento sindical, a participação política das mulheres, gênero e direitos humanos e negociação coletiva. Ao final daquela etapa, um grupo de moçambicanas esteve no Brasil para ter contato com a realidade daqui.

De acordo com a secretária de Mulheres da CNM/CUT, Marli Melo, que coordenou o primeiro módulo desta segunda etapa do programa, este encontro foi para socializar e integrar as 25 trabalhadoras participantes, das quais 12 estiveram na primeira etapa). “Este módulo foi de apresentação das trabalhadoras e de seus anseios em relação ao curso. Será a partir destas informações que vamos formular o conteúdo dos próximos módulos. A ideia é que elas sejam exemplos de superação e promovam a política de gênero no local de trabalho e em seu país”, disse.

Crédito: Divulgação
Isaura (esq.) e Maria Isaura (esq.) e Maria
Maria (esq.) e Isaura: formação é essencial para enfrentar machismo


Para Isaura Feliciano Zimila, 38 anos, que participou da primeira fase do projeto e também faz parte desta segunda etapa, acredita que as luta das mulheres brasileiras e moçambicanas são semelhantes em algumas questões. “Durante a atividade percebi que temos pontos muito parecidos. Por exemplo, ainda não somos valorizadas e reconhecidas no mercado de trabalho. Além disso, lutamos por mais educação para vencer a violação dos nossos direitos na sociedade”, afirmou.

Já para a jovem metalúrgica moçambicana Maria Nilza José Mussacate, 22 anos, que está participando pela primeira vez do projeto, a formação é o principal instrumento de empoderamento para as mulheres conquistarem seus direitos. “Ainda temos muito pelo que lutar, mas é sempre através da educação que podemos transformar a realidade que vivemos. A formação é o caminho para nossa liberdade”, assegurou.

O próximo módulo está programado para os dias 19 a 22 de setembro. Serão abordados temas como políticas públicas para mulheres, movimento sindical em Moçambique e mulheres no mercado de trabalho.

Confira mais informações sobre a primeira etapa do projeto nos links abaixo: 

• Em Moçambique, CNM cumpre etapa de programa de formação sindical de metalúrgicas
• Projeto de formação sindical de metalúrgicas em Moçambique tem última etapa nesta semana
• CNM/CUT quer continuar projeto de formação de metalúrgicas de Moçambique

• Consciência Negra: marcha em SP teve presença de metalúrgicas de Moçambique
• Novos projetos devem fortalecer parceria entre metalúrgicos da CUT e de Moçambique

(Fonte: Shayane Servilha - Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)