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Recém-formados agravam o desemprego que Bolsonaro está longe de reverter

Publicado: 11 Setembro, 2019 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A taxa de desocupação brasileira – que aumentou de 6,9%, em 2014, para 12%, em 2018 –, tem prejudicado inclusive novos profissionais com ensino superior completo, como aponta pesquisa do Dieese. Com dificuldades para conseguir inserção no mercado de trabalho, os recém-formados são uma das parcelas da população que engrossam as taxas de desemprego, que ao todo afeta 12,6 milhões de brasileiros, segundo dados do IBGE. De acordo com a entidade, apenas 35% dos jovens formados, entre 25 a 29 anos, trabalham em postos que exigem formação superior. Quando considerada a classe social, 45% deles, com renda de até um salário mínimo por pessoa, estão fora da sua área de estudo.

“Basicamente o que está acontecendo é que o desemprego está muito alto, então está difícil para todo mundo conseguir entrar no mercado de trabalho”, destaca o economista do Dieese Gustavo Monteiro em entrevista ao repórter Caio Castor do Seu Jornal, da TVT. “No caso de quem acabou de se formar é mais difícil ainda porque eles não têm experiência e enfrentam a concorrência de quem está no mercado de trabalho faz tempo”.

A estudante Andréa Souza conhece na prática os resultados da pesquisa da entidade sobre desemprego, uma realidade entre os seus familiares e amigos. Ainda assim, aluna do cursinho popular da Associação Cultural de Educadores e Pesquisadores da Universidade de São Paulo (Acepusp), Andréa, que não desistiu de cursar o ensino superio e pretende se formar em pedagogia, acredita que conseguirá um trabalho. “Na minha família ninguém concluiu a graduação, poucos têm o ensino médio, a maioria parou no fundamental. Eu acredito que estar na graduação hoje é uma forma de sair um pouco dessa regra que está sendo pré-definida, que é a de pessoas que terminam a graduação e não vão atuar na área que escolheram. Eu realmente quero dar aula e é para isso que estou estudando”, afirma.

Ainda assim, o economista do Dieese alerta que o cenário é menos favorável e demanda ações do governo de Jair Bolsonaro que, em sua análise, ainda está longe de reverter esse quadro do desemprego. “A economia tem que voltar a crescer. Seria essencial que o governo fizesse um empenho para que isso acontecesse, aumentasse o investimento público para isso ter impacto no desemprego. Com o desemprego caindo, seria mais fácil para que essas pessoas conseguissem trabalhos em suas áreas”, explica Monteiro.

(Fonte: Clara Assunção, Rede Brasil Atual)