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Recife (PE): trabalhadores na construção entram em greve na segunda (16)

Publicado: 13 Novembro, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
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Dulcilene comanda assembleia que aprovou greve

As obras de construção civil vão parar na cidade de Recife a partir de segunda-feira (16). São aproximadamente 300 canteiros na capital pernambucana. A greve foi decidida na noite de quarta-feira (11), em assembleia com três mil presentes, na rua, diante da sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada de Pernambuco, carinhosamente chamado pela base de 'Marreta'.

A principal razão da greve é que os patrões, representados pelo Sinduscon-PE, querem dar zero de reajuste e só voltar a falar no assunto na próxima data-base, em outubro de 2016.

“O bicho vai pegar aqui”, garante a presidenta Dulcilene Carneiro de Morais, arquiteta de formação. “Vamos nos dividir em grupos e atuar em todos os bairros. Queremos parar todos os canteiros da cidade”, diz. Dulcilene também é secretária da Mulher da Conticom-CUT, confederação nacional dos trabalhadores no setor.

Dulcilene recorre à lógica para contradizer a proposta dos patrões: “Se tiver aumento só no ano que vem, as obras só voltam no ano que vem”.

A pauta de reivindicações inclui um aumento real de 20%, vale-compras de R$ 200 e a manutenção da jornada de trabalho atual, de segunda a sexta, sem expediente aos sábados, como pretende o Sinduscon. Para completar, a base quer hora extra de 100% sobre a hora normal.

Em Recife, explica a presidenta, a área de construção civil tem hoje aproximadamente 120 mil trabalhadores. As 50 mil demissões causadas pela interrupção das obras da refinaria Abreu e Lima, segundo Dulcilene, têm impacto menor sobre o mercado em Pernambuco, uma vez que a maioria dos demitidos é de outros estados e as demais obras na área urbana continuam em operação. Abreu e Lima está parada por efeito da Operação Lava Jato (leia mais aqui).

A entidade patronal recorreu a uma tentativa de asfixia financeira sobre o 'Marreta', ao não repassar as contribuições voluntárias dos sindicalizados, referentes ao mês de outubro. Como o desconto é feito diretamente no holerite, cabe aos empregadores depositar a quantia na conta bancária do sindicato. “O que eles não sabem é que nós temos uma reserva em caixa que vai permitir a organização da greve”, diz Dulcilene.

(Fonte: Isaías Dalle - CUT Nacional)