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Redes sindicais contribuem com unificação global de direitos de trabalhadores

Avaliação foi feita na manhã desta sexta (14), por participantes de painel sobre o tema durante a 3ª Conferência Expressões da Globalização.

Publicado: 14 Novembro, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

 
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As redes sindicais como estratégias de enfrentamento à atual conjuntura foi o tema do primeiro painel desta sexta-feira (14) na 3ª Conferência Expressões da Globalização. O encontro, que termina hoje, reúne cerca de 200 metalúrgicos (as) do Brasil e da Alemanha, em Guarulhos (SP).

O evento, que tem como tema “Trabalhadores (as) frente à Crise Econômica, Política e Social - cinco anos depois", é uma realização da Fundação Hans Böckler (FHB), organizada pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em parceria com o Instituto Integrar e o IG Metall (Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha). A 1ª Conferência foi realizada no Brasil em 2009 e a 2ª ocorreu na Alemanha, em 2012.

Participaram do painel desta manhã o secretário geral e de Relações Internacionais da CNM/CUT, João Cayres, o professor de sociologia que integra o Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da Universidade de São Paulo, Leonardo Mello, a diretora da Fundação Friedrich Ebert (FES), Tina Hennecken, o assessor do IG Metall, Flávio Benites, e o diretor para a América Latina da DGB (principal Central Sindical Alemã), Niklaas Hofmann.

Crédito: Roberto Parizotti
Flavio Benites (microfone)Flavio Benites (microfone)
Flavio Benites (microfone) avalia que redes contribuem com trabalho dos sindicatos

A organização e consolidação de redes sindicais nas empresas multinacionais são decisivas para a política sindical global e por isso, segundo a diretora da FES, são prioridades dos projetos da Fundação no Brasil. “A FES está no Brasil há mais de 10 anos. A ideia da rede é fortalecer os trabalhadores brasileiros em multinacionais para integrar suas lutas e torná-los ativos na busca do dialogo social. Não é exportação de modelos e práticas de outros países, mas a troca de experiências entre os trabalhadores. Nossa função é dar apoio para a formação de novas redes e oferecer um acompanhamento consultivo nas já existentes”, explicou a diretora da FES.

Crédito: Roberto Parizotti
Cayres citou papel das redes para garantir AMGsCayres citou papel das redes para garantir AMGs
Cayres citou papel das redes para garantir AMGs, como as apresentadas na tela

O secretário geral e de Relações Internacionais da CNM/CUT, João Cayres, destacou que a rede sindical é um importante espaço para o debate e a elaboração de propostas dos Acordos Marco Globais (AMG’s). “Os Acordos são frutos do trabalho das redes sindicais. É fundamental que cada vez mais as empresas aceitem construir um acordo global, no qual se estabelecem padrões mínimos de condições e as relações de trabalho exigidos da Organização Internacional de Trabalho (OIT). Queremos que os desempenhos das empresas sejam reflexo do trabalho decente, e não do agravamento das desigualdades”, disse Cayres, que, inclusive, integra o comitê executivo da IndustriALL (federação Internacional que representa mais de 50 milhões de trabalhadores de diversos segmentos da indústria no mundo).

O sindicalista apresentou também uma relação de multinacionais que firmaram AMGs com os trabalhadores.

Aproveitando a fala do secretário da CNM/CUT, Flavio Benites, assessor e advogado do IG Metall, observou que os benefícios das redes sindicais são positivos tanto para trabalhadores quanto para as multinacionais. “Nas empresas, o trabalho de rede contribui para fortalecer a imagem pública da instituição. E as redes ajudam os sindicatos a promoverem os direitos trabalhistas no mundo e garantir um diálogo com a empresa. Além disse, é um instrumento poderoso para o intercâmbio de informações entre trabalhadores”, afirmou.

Já o professor Leonardo Mello enumerou alguns desafios que as redes sindicais precisam enfrentar para construir uma relação com os trabalhadores em todo mundo. “Atualmente, o principal problema é o financiamento desses trabalhos, que, muitas vezes, não tem apoio dos próprios sindicatos. As redes sindicais precisam ser reconhecidas e apoiadas dentro das entidades. O conhecimento das conjunturas nacionais e internacionais e das estruturas sindicais também são pontos que dificultam a troca de informações, mas que podem ser superados”, considerou. 

Niklaas finalizou o painel explicando a parceria entre a Central Única dos Trabalhadores (CUT), com o Instituto Observatório Social (IOS) e a DGB para fortalecer as redes de trabalhadores no Brasil e na América Latina. “O projeto tem como objetivo a promoção da organização e o fortalecimento das redes sindicais em empresas multinacionais alemãs e da América Latina. Além de buscar Acordos Marco Globais que permitam o exercício de um diálogo social entre trabalhador e empresa. O trabalho dessas redes engloba os ramos metalúrgico e químico”, concluiu o diretor.

O painel teve a mediação do secretário de Organização da CNM/CUT, Ubirajara Freitas.

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(Fonte: Shayane Servilha - Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)