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Reforma da Previdência: ‘mercado financeiro transforma o país no paraíso do rentismo’

Publicado: 06 Setembro, 2019 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O Nordea, um dos maiores bancos nórdicos, decidiu, no último dia 30, suspender as compras de títulos do governo brasileiro, em resposta aos incêndios florestais na Amazônia. Para Vagner Ribeiro, professor do Departamento de Geografia da USP e do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental, novas empresas internacionais deverão seguir o mesmo rumo.

O pesquisador explica que, após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada em 1992, também conhecida como Eco-92, as empresas começaram a operar com compromissos mínimos sobre a responsabilidade ambiental. “O que ocorre na Amazônia afronta esses princípios. Então, é evidente que os investidores estão preocupados, pois podem ser responsabilizados por financiar ações que rompem esse acordo”, afirmou, em sua coluna na Rádio Brasil Atual.

A Nordea Asset Management, com sede em Helsinque, tinha 205 bilhões de euros em ativos totais sob gestão no final de 2018. Outros investidores nórdicos que tomaram medidas como resultado dos incêndios na Amazônia incluem o KLP, um fundo de pensão norueguês com mais de 80 bilhões de dólares em ativos sob gestão. A empresa disse que estava “entrando em contato” com empresas norte-americanas nas quais tinha investimentos que fizeram negócios significativos com produtores agrícolas no Brasil para solicitar “ações concretas”.

A multinacional alemã Siemens também anunciou, no último dia 31, que não pretende operar em áreas indígenas, onde Jair Bolsonaro (PSL) planeja autorizar a abertura de garimpos, a ser explorada em parceria com os Estados Unidos.

Para ele, o “desgoverno” de Jair Bolsonaro não tem cuidado com questões ambientais e permite ações ambientais de alto impacto. Essas medidas refletem na sociedade europeia. “Desde 2015, temos a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que difundiu as metas de sustentabilidade para 2030 e isso tem um apelo da população europeia. Há um debate público que cobra ações a longo prazo. Essas ações do governo brasileiro podem prejudicar o acordo do Mercosul e União Europeia.

(Fonte: Rede Brasil Atual)