MENU

Sapucaia do Sul (RS): greve na Gerdau protesta contra fim do adicional de insalubridade

Publicado: 06 Outubro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Renata Machado
Greve foi aprovada em assembleiaGreve foi aprovada em assembleia
Greve de 24 horas foi aprovada em assembleia pela manhã

Os metalúrgicos na Gerdau de Sapucaia do Sul (RS) cruzaram os braços nesta quinta-feira (5) após a empresa anunciar que, a partir de 1º de janeiro, deixaria de pagar adicionais de insalubridade e periculosidade porque iria mudar o grau de risco em alguns setores daquela planta.

A Gerdau emprega 1.200 trabalhadores em Sapucaia do Sul (base do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo). Ao comunicar a decisão de acabar com os adicionais, a empresa causou grande revolta nos metalúrgicos que decidiram deflagrar paralisação de 24 horas em assembleia conduzida pelo Sindicato. A greve foi suspensa no meio da tarde, quando a empresa recuou e se comprometeu a discutir o assunto com a direção sindical.

"Vocês já sabem o que está acontecendo e se a gente não reagir, com certeza em janeiro vão tirar mais direitos. Não será só a insalubridade", disse o presidente do Sindicato, Valmir Lodi, na assembleia. "Querem que a gente acredite que numa siderúrgica, que tem barulho excessivo e agentes nocivos, não tem mais insalubridade?", indagou.
"Isso aqui já é reflexo da reforma trabalhista, que entra em vigor no dia 11 de novembro. É isso que eles querem: tirar os nossos direitos e acabar com a nossa aposentadoria, já que a retirada da insalubridade afeta diretamente a nossa aposentadoria especial", alertou.

O coordenador do Comitê Sindical da Rede Gerdau no Brasil e dirigente do Sindicato, Anderson Macedo Gauer, reforçou que esta arbitrariedade ameaça a aposentadoria especial. "Estão tirando o nosso futuro", criticou ele, ressaltando a importância da união dos trabalhadores.

Já o secretário geral do Sindicato, Ademir Maia, lembrou que a constatação da insalubridade é uma compensação pelos danos causados à saúde do trabalhador.
Os sindicalistas lembraram ainda que a Gerdau desrespeita constantemente a Convenção Coletiva de Trabalho e que várias conquistas tiveram de ser garantidas na Justiça.
Acordo Internacional

Ao comentar nesta sexta-feira (6) a tentativa da empresa em retirar este direito, o coordenador da Rede Mundial de Trabalhadores na Gerdau, Loricardo de Oliveira, reforçou a importância de uma ação conjunta dos trabalhadores em todas as plantas no mundo, porque o ataque aos direitos e a precarização no trabalho é realidade na maioria das unidades. “Basta lembrar as 10 mortes em nove meses na usina de Ouro Branco, em Minas Gerais”, afirmou (leia mais aqui).

Loricardo, que também é secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), recordou ainda que o objetivo das entidades sindicais brasileiras e de outros países é conseguir firmar um Acordo Marco Global com a Gerdau e outras empresas siderúrgicas, que assegurem condições seguras e saudáveis de trabalho em todas as unidades. “Este assunto foi discutido no encontro mundial de trabalhadores em siderurgia, promovido pela federação internacional dos trabalhadores na indústria, a IndustriALL”, contou (leia aqui).  

(Fonte: Renata Machado - imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, com informações da CNM/CUT)