MENU

Segmento automotivo: metalúrgicos querem novas políticas para gerar emprego e renda

Encontro promovido pela CNM/CUT debateu situação do setor e ações para unificar direitos dos trabalhadores nas montadoras, reafirmando importância do Contrato Coletivo Nacional de Trabalho.

Publicado: 19 Novembro, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CNM/CUT
Durante três dias, participantes debateram conjuntura do segmento e realidades locaisDurante três dias, participantes debateram conjuntura do segmento e realidades locais
Durante três dias, participantes debateram conjuntura do segmento e as realidades locais

Os metalúrgicos da CUT que trabalham na indústria automobilística em todo o país vão formular propostas ao governo para que o segmento volte a ser estimulado no país, como mecanismo para a retomada do crescimento e da geração de empregose renda.

Esta foi uma das decisões tomadas no 3º Encontro Nacional de Trabalhadores (as) no Setor Automotivo, encerrado no início da tarde de ontem (18) e que foi promovido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em sua sede, em São Bernardo do Campo (SP).

A atividade integra as ações da Secretaria de Formação da entidade e, pela primeira vez, reuniu representantes dos trabalhadores em todas as montadoras da base cutista. “Isso tornou o debate mais produtivo, porque ele não foi focado em uma única região, o ABC paulista, mas teve de fato uma dimensão nacional”, ponderou Michelle Marques, secretária de Formação da Confederação, dizendo que, dessa forma, a entidade cumpre o seu papel de envolver todo o país na discussão estratégica das ações sindicais no setor. A secretária também é a coordenadora do segmento automotivo na CNM/CUT.
 

Crédito: CNM/CUT
Marcelo LouralMarcelo Loural
Marcelo Loural fala sobre a conjuntura do segmento

O encontro teve início na segunda-feira (16). Ao longo dos três dias, os participantes puderam trocar experiências, falar sobre a realidade das montadoras em cada região, a conjuntura nacional e internacional do segmento e os impactos do Programa Inovar-Auto - que estabeleceu diretrizes para a indústria automotiva nacional -, além de debater o papel das entidades sindicais para a formulação de propostas tanto no âmbito sindical quanto junto aos fóruns de deliberação da política industrial.

Para qualificar a discussão, houve painéis com especialistas: Marcelo Loural, professor e mestre em economia do Trabalho da Universidade de Campinas, que falou sobre a conjuntura do segmento; e os economistas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Júnior (da Subseção dos Metalúrgicos do ABC), que abordou o histórico das montadoras e seus processos produtivos e atualizou informações sobre o Inovar-Auto; e André Cardoso (da Subseção da CNM/CUT), que apresentou um perfil da indústria automotiva no país.

“A partir do raio X feito pelos especialistas, ficou claro que medidas de estímulo ao consumo são fundamentais para o setor automotivo. Quando isso não acontece, os impactos sobre os trabalhadores são imediatos. Por isso, é nosso papel formular propostas que, além do desenvolvimento do setor, assegurem principalmente as contrapartidas trabalhistas”, afirmou a dirigente da CNM/CUT.

A partir dos debates feitos no evento, a Confederação vai, junto com os sindicatos, elaborar as propostas a serem levadas ao governo.
 

   Crédito: CNM/CUT
Michelle e Paulo Cayres na aberturaMichelle e Paulo Cayres na abertura
    Michelle Marques e Paulo Cayres na abertura

“Organizar globalmente, agir localmente”
“Temos de ter estratégias comuns, respeitando as realidades regionais, mas atuando globalmente. Vale aquele preceito do movimento sindical: organizar globalmente e agir localmente”, assinalou Michelle na abertura do evento, lembrando do percurso formativo desenvolvido pela Confederação para os trabalhadores no segmento.

O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, disse também na abertura que a entidade e as centrais sindicais querem discutir com o governo medidas para a retomada do crescimento industrial, para que os trabalhadores possam recuperar os empregos em vários segmentos.

Ele também anunciou o acampamento de sindicalistas em Brasília – que foi iniciado ontem (18) – para pressionar o Congresso Nacional a focar sua ação na pauta da classe trabalhadora e para se posicionar contra a tentativa de golpe no pais.

Direitos dos trabalhadores e práticas antissindicais
Durante os três dias do Encontro, houve uma rica troca de experiências, com relatos sobre cada montadora, o que evidenciou a diferença de direitos entre os metalúrgicos do segmento e a prática antissindical adotada, por exemplo, pela Fiat tanto em Betim (MG) quanto em Campo Largo (PR); a empresa continua tentando impedir a organização dos trabalhadores e a ação dos sindicatos para defender os direitos da categoria.

A partir dos relatos, ficou claro para os participantes a necessidade de lutar pelo Contrato Coletivo Nacional de Trabalho no segmento, que é uma das grandes bandeiras da CNM/CUT e seus sindicatos.

Crédito: CNM/CUT
Representantes dos Comitês Mundiais Representantes dos Comitês Mundiais
Painel com representantes dos Comitês Mundiais 

Além disso, outro tema no evento abordado foi o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que está em vigor e que assegurou milhares de postos de trabalho nas montadoras e em autopeças. E houve painel com os representantes dos trabalhadores nos Comitês Mundiais de montadoras, que falaram sobre a importância da organização internacional e das ações solidárias para impedir ataques a direitos nas plantas dos mais diferentes países.

Crédito: CNM/CUT
Encontro reuniu representantes de todas as plantas da base cutistaEncontro reuniu representantes de todas as plantas da base cutista
Encontro reuniu representantes de todas as plantas da base cutista


“O retorno dado pelos participantes mostrou que o encontro acabou sendo muito produtivo. E nos deu a certeza de que temos de construir junto as políticas sindicais para unificar direitos e avançar num ponto fundamental para garanti-los: a organização no local de trabalho”, avaliou Michelle Marques.

Participaram do encontro metalúrgicos de Sorocaba, ABC, Taubaté e São Carlos (SP), de Juiz de Fora (MG), Ponta Grossa e Campo Largo (PR), Araquari (SC) e Pernambuco.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)