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Sem acordo, bancários chegam a 14º dia de greve e organizam manifestação

Publicado: 19 Setembro, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Sem avançar nas negociações, cerca 60 mil bancários seguem para o 14º dia de greve nesta segunda-feira (19), em São Paulo, Osasco e região. Os trabalhadores afirmam que as empresas sentaram duas vezes para negociar, mas não houve nenhuma proposta.

Ao portal dos SPBancários, a secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiados de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, afirmou que os bancos não levam a sério o movimento organizado dos trabalhadores e afirma que a culpa da continuidade das greves é exclusiva dos empresários do setor.

“[Os bancos] Por duas vezes vieram à mesa para dizer ao Comando Nacional dos Bancários que não tinham nenhuma proposta a apresentar”, explicou a secretária-geral.

Desde o dia 9 de agosto, quando os bancários entregaram suas reivindicações, foram realizadas oito rodadas de negociação. A greve iniciou no dia 5 desse mês.

Manifestação
Os trabalhadores vão às ruas nesta segunda para protestar contra os bancos e denunciar à população que “a culpa é dos banqueiros”, como sugere o slogan da greve.

O ato acontece em São Paulo e tem concentração às 17h na Rua São Bento, em frente à sede do Sindicato dos Bancários.

Exigências
O site SPbancários listou os 10 principais motivos que levaram os bancários à paralização, confira:

1 – Empregos: só neste ano, os bancos extinguiram quase 8 mil postos de trabalho e se recusaram a negociar qualquer proteção aos empregos bancários.

2 – Perdas salariais: o reajuste proposto pelos banqueiros nem mesmo repõe a inflação.

3 – Abono não é remuneração: o abono proposto pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) é pago apenas uma vez e não incide nas férias, 13º salário, FGTS, vales, auxílios e previdência.

4 – O setor mais lucrativo: segundo a consultoria Economatica, entre 25 setores pesquisados, os bancos foram os que mais lucraram no 1º trimestre do ano.

5 – PLR: BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander, que compõem a mesa de negociação, ignoraram a reivindicação dos bancários e, apesar de terem chegado a R$ 29,7 bilhões de lucro, querem manter a mesma regra de 2015 para a Participação nos Lucros e Resultados.

6 – Vale-refeição na licença-maternidade: mesmo que signifique pouco para os bancos, que têm subsídio de 40% no valor, disseram não a essa reivindicação que seria de grande importância para as mães bancárias.

7 – Vida de bancário não é moleza: assédio moral, cobrança por metas, adoecimento, sobrecarga de trabalho, terceirização. Os bancos não fizeram nenhuma proposta para melhorar as condições de trabalho.

8 - Desigualdade entre homens e mulheres: mesmo representando um setor onde mulheres ganham em média 22,1% a menos que homens, e encontram mais dificuldades na ascensão da carreira, a Fenaban mais uma vez quer adiar este debate para uma mesa temática.

9 - Auxílio-creche/babá: bancos querem reajustar em 6,5% o valor atual de R$ 337, que iria para R$ 359. Porém, creches públicas não dão conta e empresas, por lei, têm de disponibilizar ou pagar creche para filhos dos funcionários. A reivindicação da categoria é que o valor seja de R$ 880.

10 – Responsabilidade social: no momento que o Brasil atravessa, o setor mais lucrativo do país deveria contratar mais funcionários e injetar dinheiro na economia a partir da justa valorização dos seus trabalhadores. E não o contrário, como os bancos insistem em fazer.

(Fonte: Brasil de Fato)