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Siderúrgica Nacional opta por estornar reserva de reavaliação bilionária

Publicado: 18 Agosto, 2008 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), dona da maior reserva de reavaliação de ativos fixos entre as companhias abertas brasileiras, no valor de R$ 6,2 bilhões, decidiu estornar esta conta do seu balanço. A medida foi aprovada pelo conselho de administração da companhia na última terça-feira (12) e ainda terá que ser votada em assembléia de acionistas.

Considerando os impostos diferidos, isso deve implicar numa redução de cerca de R$ 4,4 bilhões no patrimônio líquido (PL) da companhia no balanço encerrado este ano, o que equivale a quase metade do volume total do PL contabilizado ao final de junho, de R$ 9,2 bilhões.

Com a edição da lei 11.638/07, que muda alguns pontos da Lei das S.A.. as empresas foram obrigadas a optar entre estornar ou manter esta conta dentro dos seus balanços até a efetiva realização. Novas reavaliações foram proibidas.

A decisão final sobre o destino desta conta, segundo determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), deveria sair até a publicação do resultado do primeiro semestre.

Sabesp e Eletropaulo, que possuem a segunda e terceira maiores reservas de reavaliação, em torno de R$ 2,2 bilhões cada uma, decidiram manter as contas nos seus demonstrativos.

Em Fato Relevante divulgado nesta sexta-feira, a Ampla Energia e Serviços informou os acionistas pela opção do estorno de R$ 314,1 milhões do ativo e de R$ 95,6 milhões do saldo de Imposto de Renda diferido. Como consequência, o patrimônio líquido da empresa será reduzido em R$ 218,4 milhões no balanço deste ano.

A determinação de acabar com as reservas de reavaliação faz parte do processo de convergência contábil para o padrão internacional (IFRS), que não prevê esse tipo de medida.

Segundo matéria publicada pelo Valor Econômico em junho deste ano, um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) aponta que as companhias abertas brasileiras tinham saldo de quase R$ 40 bilhões em reservas de reavaliação no final de 2006.

A reavaliação de ativos fixos era um mecanismo permitido pelas regras contábeis brasileiras e tinha a boa intenção de trazer o valor dos ativos para perto da realidade do mercado. Porém, muitas companhias utilizavam o mecanismo para inflar o patrimônio e melhorar os indicadores de solidez financeira. O lado negativo da reserva para a empresa é reduzir o lucro contábil, já que os saldos são depreciados.

Fonte: Valor

CSN