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Sindicato do ABC quer Rolls-Royce no mapa dos investimentos mundiais

Publicado: 09 Maio, 2013 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Seguindo o exemplo dos acordos fechados na Volks, Ford e Scania, que garantiram investimentos nas montadoras da região, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e os trabalhadores debatem, agora, o futuro da Rolls-Royce de São Bernardo (SP).

Para conhecerem melhor a situação, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, o coordenador do CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Rolls-Royce, Rogério Fernandes, o Rogerinho, e outros dirigentes do Sindicato estiveram reunidos na semana passada com o presidente da Rolls-Royce no Brasil, Bill Wozniak, e representantes da empresa.

“A Rolls-Royce é diferenciada por sua mão de obra extremamente qualificada e seu segmento comercial específico”, destacou Nelsi Rodrigues, o Morcegão, coordenador de São Bernardo.

Valor agregado
Segundo ele, o fato de realizar a manutenção de motores de aeronaves de empresas estrangeiras que estão voando no exterior deixou a Rolls-Royce de fora dos incentivos governamentais.

“A companhia não teve, por exemplo, a desoneração da folha de pagamento, algo que precisa ser corrigido, pois o trabalho realizado aqui colabora com a balança comercial brasileira”, alertou Rogerinho.

Ele explica que isto acontece porque os motores estrangeiros vêm para o Brasil, onde o trabalho dos companheiros agrega valor ao produto, que tem preço maior quando é exportado no término do trabalho.

“A planta do ABC tem que se tornar mais competitiva se quiser estar no mapa de investimentos da matriz e vamos mostrar que o Brasil e o ABC têm potencial para isso”, afirmou Rafael.

Marco regulatório
Para Rogerinho, o momento é de oportunidade e o objetivo é contribuir para a construção de um marco regulatório para o setor aeroespacial, nos mesmos moldes do Inovar-Auto.

“Está ocorrendo um crescimento considerável neste setor, principalmente na aviação civil, com a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil”, destacou o coordenador do CSE, que também preside a representação internacional dos trabalhadores na Rolls-Royce.

“Diferente de boa parte do mundo que está em crise, nunca os brasileiros voaram tanto de avião como agora. Isso precisa gerar alguma oportunidade aqui também”.

Participação
O debate sobre o futuro da Rolls-Royce começou com plenária realizada dia 13 de abril noSindicato, com a participação e aprovação de cerca de 100 companheiros.

“O trabalhador detém todo o conhecimento do processo de produção e, por isso, contribui significativamente para a reestruturação da fábrica”, lembrou João André Santos da Silva, do CSE.

“Esse diálogo entre empresa, Sindicato e trabalhadores mostra a maturidade que alcançamos com a nossa organização”, concluiu.