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Sindicatos denunciam policiais infiltrados para barrar manifestações em fábricas na Grande BH

Dossiê entregue à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa mostra que a PM está a serviço da iniciativa privada, com repressão a atos da campanha salarial de metalúrgicos.

Publicado: 10 Dezembro, 2013 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Sindicalistas na audiência pública na AL de Minas GeraisSindicalistas na audiência pública na AL de Minas Gerais
Sindicalistas na audiência pública na AL de Minas Gerais

Sindicalistas de Belo Horizonte e região metropolitana denunciam que policiais militares e civis à paisana estariam intimidando metalúrgicos para impedir manifestações por campanha salarial dentro de fábricas. Um dossiê que comprovaria a ação dos agentes foi entregue à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, em audiência pública nesta segunda-feira (9).

Participaram da audiência a presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Beatriz Cerqueira, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem, Geraldo Maria Valgas Araújo, e dirigentes sindicais de todo o estado.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem, Geraldo Maria Valgas Araújo, os policiais usam de truculência contra os trabalhadores há muito tempo. Ele denunciou que membros da corporação são vistos dentro das empresas, onde se alimentam e prestam serviço de segurança particular. “São policiais civis, militares e reformados, que criam espécies de milícias, usando o poder público em benefício de interesses privados”, disse.

Crédito: Divulgação
Manifestação na Stola teve intimidação policialManifestação na Stola teve intimidação policial
Manifestação na Stola teve intimidação policial


"A gente sempre se depara com o aparato policial, quando vamos às fábricas para distribuir material ou para fazer assembleias e manifestações. Os policiais saem de dentro da empresa. Eles tomam café, almoçam e jantam lá. A Polícia Militar, em vez de garantir a segurança, nos intimida, agride. Polícia é para quem precisa de polícia, mas já chega tomando partido, reprimindo, ameaçando. Já levantaram até arma para a gente. Na semana passada, na porta da Stola, surgiram dois policiais à paisana em uma moto e disseram que a manifestação estava proibida. Isso tem que acabar. Também já denunciamos isso na Câmara Federal”, acrescentou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas, João Alves de Almeida, há casos de perseguição dentro da Fiat, onde trabalhadores seriam impedidos de se associar ao sindicato.

Beatriz Cerqueira questionou a ação de agentes infiltrados. “Peço à comissão que questione o Estado sobre o efetivo policial nas fábricas, assim como o setor de inteligência que se infiltra nas ações sindicais; e por que a corporação não concentra esforços na proteção da população”, destacou.

O deputado Durval Ângelo, que recebeu a documentação dos sindicalistas, afirmou que vai repassar o dossiê para a Corregedoria da PM, a Secretaria de Estado de Defesa Social, Ministério Público e para a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Os metalúrgicos de Minas Gerais estão em Campanha Salarial desde o início do segundo semestre, quando a pauta de reivindicação da categoria foi entregue à Federação das Indústrias do Estado. A data-base da categoria é 1º de outubro, mas até agora o empresariado não apresentou proposta satisfatória às entidades que representam 250 mil metalúrgicos mineiros.

(Fonte: CUT/MG e R7)