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SKF aproveita crise para ajustar ritmo de produção no país

Dessimoni, diretor de vendas automotivas. diz que a margem operacional tendem a ser melhor do que em 2008

Publicado: 29 Abril, 2009 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o retorno do crédito ao consumidor já restabeleceram o ritmo de produção da fabricante sueca de rolamentos SKF, cuja operação brasileira está entre as melhores do grupo em termos de aproveitamento. E após o momento mais crítico do mercado automobilístico nacional, que hoje se constata ter sido bem menor que o mundial, a atual folga de 20% na capacidade produtiva é considerada como um patamar "mais saudável" do que o vivido até setembro do ano passado.

A interpretação é do diretor de vendas automotivas da companhia, Carlo Vendramini Dessimoni. Segundo ele, as margens operacionais da SKF, dado o cenário de produção e vendas de automóveis do primeiro trimestre e das prévias de abril, tendem a ser melhores que as de 2008. "Até setembro, estávamos constantemente arcando com custos adicionais de frete, recursos humanos e matérias-primas", constatou Dessimoni, ao citar o exemplo de mercadorias que foram enviadas de aviões às montadoras. "Demanda era a palavra-chave. Agora as empresas voltaram a analisar seus processos", acrescentou.

Hoje, o recuo das exportações, que significam algo em torno de 30% das vendas totais da SKF, está sendo utilizado para a melhoria dos processos produtivos da fábrica brasileira da empresa, localizada em Cajamar, no interior de São Paulo. De acordo com Dessimoni, todos os ajustes de equipamentos e rearranjos de processos estão agendados para o primeiro semestre. "Estamos nos preparando para um cenário mais aquecido já no segundo semestre, além de serem manutenções e modernizações necessárias para os próximos dois anos", declarou.

A perspectiva do executivo é de que a produção nacional de automóveis e comerciais leves atinja 3,5 milhões de unidades entre 2012 e 2013. É neste patamar que a SKF deverá retomar os investimentos em ampliação de capacidade.

"Evidentemente que neste ano não teremos investimentos. Imaginamos um plano de aplicação de recursos consistente para um mercado de 3,5 milhões de unidades", disse o diretor, sem revelar o montante a ser aplicado no país.

Não fosse a crise financeira mundial, a SKF tinha a previsão de investir na ampliação da fábrica já neste ano. Os planos, no entanto, foram postergados. A companhia fabricou 35 milhões de rolamentos no ano passado, 20% a mais do que em 2007, enquanto que o faturamento do segmento automotivo, que representa pouco mais da metade do total da SKF no Brasil, cresceu 8%. O resultado consolidado foi de R$ 600 milhões.

Dessimoni informou que, durante a fase mais aguda da crise no país, a estratégia da SKF foi a de reduzir a jornada de seus 850 colaboradores em um dia por semana e, em alguns casos, adotar o regime de licença remunerada. Por ora, não ocorreram demissões, garantiu o executivo.

Alinhado com as previsões do Sindipeças (entidade que reúne os fabricantes de autopeças no país), a estimativa da SKF é de uma produção entre 2,7 e 2,85 milhões de unidades neste ano. "É um número que garantiria uma boa rentabilidade", finalizou o executivo.

Fonte: Valor

SKF