MENU

Soberania alimentar: encontro articula ações entre trabalhadores do campo e da cidade

Atividade no Espírito Santo, promovida pela CNM/CUT e MPA, reuniu sindicalistas, pequenos agricultores e movimentos sociais e debateu importância do acesso à alimentação saudável.

Publicado: 10 Novembro, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Soberania alimentar: encontro debate ações articuladas entre trabalhadores do campo e cidadeSoberania alimentar: encontro debate ações articuladas entre trabalhadores do campo e cidade
Encontro contribui para consolidar aliança operária-camponesa

Dando continuidade às atividades conjuntas com o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no Espírito Santo, o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, participou, na manhã desta quinta-feira (10), do Encontro Aliança Camponesa e Operária por Soberania Alimentar. O evento foi realizado na sede regional de Serra do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo, com o objetivo de debater e estabelecer ações conjuntas entre os trabalhadores do campo e da cidade.

O encontro teve início com uma apresentação de Raul Kauser, da coordenação do MPA no estado, que aprofundou o tema agricultura familiar, mostrando dados da produção capixaba, explicitando as dificuldades vividas pelos camponeses, a falta de investimento do governo estadual e como a lógica do capital de produção prevalece e impacta as relações do campo.

Segundo Kauser, o governo do Estado investe apenas 0,26% do orçamento em agricultura, o que pode ser considerado um fato determinante para a queda vertiginosa, ano a ano, da produção agrícola e, por consequência, as dificuldades vividas no campo. “Aproximadamente 80% dos municípios capixabas dependem diretamente da agricultura. Mesmo assim, o governo trata a agricultura como algo inútil, sem nem sequer reconhecer o retorno financeiro que ela traz para o estado”.

Crédito: Divulgação
Paulo CayresPaulo Cayres
Paulo Cayres destaca importância da aliança e das ações solidárias


O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, destacou a importância de se realizar esta parceria entre os camponeses e operários para garantir que os trabalhadores tenham pleno acesso a uma alimentação saudável. “Precisamos alertar os trabalhadores sobre os venenos que eles ingerem todos os dias e criar ações unificadas que permitam ou facilitem o acesso a alimentos orgânicos, livre de agrotóxicos, para garantir a soberania alimentar e melhorar a qualidade de vida da classe trabalhadora”, disse.

Ele reafirmou ainda que a aliança operária-camponesa é fundamental na luta pelos direitos trabalhistas e sociais e lembrou que a parceria entre CNM/CUT e MPA tem se consolidado por meio de ações solidárias.

Já o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Roberto Pereira, garantiu que os metalúrgicos capixabas já abraçaram a causa e que o Sindicato vai utilizar todos os meios disponíveis para contribuir com as ações estabelecidas. “O Sindicato apoia a campanha pela soberania alimentar, devida a importância dela para os trabalhadores. Assumimos aqui o compromisso de debater a inclusão da alimentação sem veneno nas nossas Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho”, destacou Pereira, que também é secretário de Políticas Sociais da CNM/CUT.

Crédito: Divulgação
Roberto PereiraRoberto Pereira
Roberto Pereira (de vermelho) que incluir tema nas convenções coletivas

As ações com o MPA no Espírito Santo tiveram início ontem (9), com visita a famílias de pequenos agricultores e participação de encontro de mulheres do MPA (leia aqui).

Ao final da atividade desta manhã, foram encaminhadas as ações integradas definidas em conjunto com as entidades participantes. Estiveram presentes no evento representantes da Central Única dos Trabalhadores do Espírito Santo (CUT-ES), Associação dos Servidores do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Levante Popular da Juventude, Consulta Popular e outras entidades dos movimentos sindical e social.

Confira as propostas formuladas hoje:

- Debater com a base, através da utilização dos espaços e veículos de comunicação dos Sindicatos, a importância da soberania alimentar;
- Incluir na Convenção ou Acordo Coletivo uma cláusula que garanta o fornecimento, pelas empresas, de uma alimentação sem veneno para os trabalhadores;
- Contribuir com espaços para distribuição e comercialização de alimentos, inclusive, através da criação de feiras;
- Viabilizar a construção de um Centro de Armazenamento e Produção dos alimentos que vêm do campo;
- Realização da campanha Natal Sem Veneno;
- Construir e manter o diálogo sobre a importância da soberania alimentar com outras entidades do movimento sindical e social;
- Promover visitas, periodicamente, às famílias e comunidades camponesas.

(Fonte: Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo)