MENU

SP: metalúrgicos de três centrais farão mobilizações e greves conjuntas nesta terça (30)

Publicado: 29 Setembro, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Os metalúrgicos da base dos 14 sindicatos da categoria filiados à CUT, de São José dos Campos (CSP-Conlutas), Campinas, Limeiras e Santos  (Intersindical) vão unificar as mobilizações da Campanha Salarial e promoverão paralisações conjuntas, no Dia Estadual de Lutas marcado para esta terça-feira (30). A decisão foi acertada em reunião ocorrida na sexta-feira (26).  A data-base das categorias é 1º de setembro.

A ideia dos sindicatos, que representam cerca de 340 mil metalúrgicos no Estado, é realizar com mobilizações e paralisações nas fábricas com o objetivo de pressionar os patrões a destravarem as negociações e avançar na pauta de reivindicações das categorias.

A estratégia é parar, primeiramente, as empresas de autopeças nas bases da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT/SP (FEM-CUT/SP), que juntas empregam 51 mil trabahadores, do Conlutas (4.800) e Intersindical (25 mil trabalhadores).

Interesses dos metalúrgicos em 1º lugar
Nesse dia, enquanto as bases sindicais intensificam sua mobilização, a FEM-CUT/SP terá uma nova rodada de negociação com o Grupo 3 (que reúne os setores de autopeças, forjaria e parafusos), às 10 horas. “Embora tenhamos nossas diferenças de concepção política e ideológica, estamos colocando em primeiro lugar os interesses dos trabalhadores. A nossa unidade neste momento difícil da Campanha nos fortalecerá e destravará as negociações”, avaliou o presidente da FEM-CUT, Valmir Marques da Silva, Biro-Biro.

“Vamos pressionar os patrões, que estão em uma posição confortável. Eles se escondem atrás do processo eleitoral e fazem um discurso falso de crise. O Brasil não está em crise. O governo tem garantido vários incentivos para as empresas”, destacou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, Jair dos Santos, que na reunião representou também os metalúrgicvos de Limeira.

O sindicalista falou que os patrões querem criar um processo de “terrorismo psicológico na sociedade”, passando uma falsa ideia de “crise e desemprego”. “Estamos vendo outra realidade: as empresas estão batendo recorde de produção e os seus lucros estão aumentando”, considerou.

Já o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, disse que é importante a união dos metalúrgicos no Estado para conquistar o aumento real de salário. “A única forma de modificar o processo de negociação neste momento e derrotar a choradeira dos patrões é fazer este processo de mobilizações e greves”, afirmou.

Os metalúrgicos de SJC e da Intersindical estão negociando com as bancadas patronais a renovação de todas as cláusulas (econômicas e sociais). No caso dos metalúrgicos da base da FEM-CUT, a negociação envolve apenas as cláusulas de natureza econômica, pois as sociais têm validade até 2015.

As reivindicações da base cutista são: reposição dos salários pelo índice integral da inflação; aumento real de salário; valorização dos pisos; licença-maternidade de 180 dias para os grupos patronais que ainda não concedem este benefício às trabalhadoras (no Grupo 8 e Estamparia a cláusula é “facultativa” e a FEM quer que se torne um direito garantido; no Grupo 10, a cláusula assegura 150 dias) e redução da jornada de trabalho para 40h semanais sem redução no salário.

Greve por tempo indeterminado
Os sindicatos dos metalúrgicos da base das três centrais também definiram que se até sexta-feira (3) as bancadas patronais não apresentarem uma proposta de reajuste salarial com aumento real que atenda à categoria metalúrgica, a partir do dia (6), as fábricas de todos os setores vão parar.

Número de metalúrgicos em Campamnha Salarial por central

De acordo com informações da subseção do Dieese da FEM-CUT/SP, os metalúrgicos em Campanha Salarial estão assim distribuídos:

* Campinas, Limeira e Santos (Intersindical) - 83 mil trabalhadores, sendo 25 mil do setor de autopeças

* Metalúrgicos de São José dos Campos - 43,5 mil trabalhadores, sendo 4.800 são do setor de autopeças

* FEM-CUT/SP (14 Sindicatos) - 215 mil metalúrgicos, sendo:

Grupo 2 (máquinas e eletrônicos) - 89 mil trabalhadores

Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos) - 51,5 mil trabalhadores

Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros) - 41,9 mil trabalhadores

Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros) - 23,8 mil trabalhadores

Estamparia - 5.350 trabalhadores

Fundição - 4.000 trabalhadores

A FEM-CUT/SP representa 251 mil trabalhadores no total, mas para os metalúrgicos das montadoras e do setor aeroespacial as negociações acontecem por empresa.

(Fonte: Imprensa - FEM-CUT/SP)