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Stédile: 'Turma de Curitiba não vai conseguir inabilitar Lula'

Publicado: 23 Março, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Em entrevista para o programa 'Na sala de visitas com Luis Nassif', o fundador e líder do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), João Pedro Stedile apontou o que, para ele, foram as consequências políticas e econômicas que levaram ao golpe de 2016, afastando a presidente Dilma do governo. Como um dos membros e criadores da Frente Brasil Popular, entidade que reúne cerca de 80 movimentos sociais, o líder do MST admitiu que não foram capazes de mobilizar toda a população, apontado a recessão econômica e a manipulação da grande imprensa como condicionantes desses últimos acontecimentos políticos.

"Um dos fatores [que facilitaram o Golpe] foi pelos erros da política econômica do governo Dilma durante 2015, e isso afastou a sua base popular. Você vê que ela foi eleita com 54%, quando chegou em abril de 2015, estava com 8% e não se levantou mais. E essa é uma das hipóteses minhas, inclusive, porque a Globo monitora a opinião pública, as pesquisas semanais: quando eles perceberam que o governo Dilma não tinha mais apoio popular, eles vieram".

Por outro lado, Stedile disse estar confiante de que, graças ao péssimo governo de Temer, e a reforma da Previdência, os movimentos e grupos partidários de esquerda conseguirão um melhor acesso à população para protestar contra a supressão de direitos e, ainda, na recondução fr um presidente mais representativo no Planalto, sendo Lula o nome mais forte. Ele destacou também que a operação Lava Jato perdeu o time para inabilitar a candidatura do ex-presidente.

"Eles já perderam o tempo de inabilitar o Lula. Os próprios advogados, esse campo jurídico, dizem para nós, na Frente Brasil Popular, que pelo tempo que eles tinham para o calendário eleitoral, eles teriam que julga-lo já em abril. E a primeira audiência dos casos da Lava Jato vai ser no dia 13 de maio (...) Acho que o cenário mais provável é que, se ele vier a ser condenado, vai ser depois de agosto do ano que vem. Então ele já terá registro da candidatura. Aí cria-se uma confusão que eu acho que, mesmo a turma de Curitiba, vai pensar duas vezes ao condenar um candidato a presidente que esteja em primeiro nas pesquisas", pondera.

(Fonte: Brasil 247)