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Temas polêmicos são debatidos em curso de igualdade racial

Publicado: 28 Maio, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CNM/CUT
Turma debateu religiões africanas e racismoTurma debateu religiões africanas e racismo
Turma debateu polêmicas sobre religiões africanas e racismo

A turma do primeiro módulo do curso de Formação Sindical “Combate ao Racismo para construção da Igualdade Racial” debateu nos primeiros dias de aula temas considerados tabus na sociedade, como religião de matriz africana e racismo. O curso, promovido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), que teve início na segunda-feira (26) e se estende até sexta-feira (30), conta com a presença de dirigentes de todo país.  

Para o professor Deivison Knosi, sociólogo, pesquisador e professor de história da África, a ideia de trazer temas polêmicos é uma maneira de reconhecer a cultura negra no Brasil e debater as lutas do movimento negro. “São assuntos incômodos, mas a turma debateu de maneira respeitosa, sem deixar de problematizar os temas. O grupo identifica facilmente que existe o preconceito contra a religião de matriz africana e contra negros”, contou.

Outro aspecto levantado em aula foi a contribuição do continente africano para o conhecimento e desenvolvimento da sociedade. “Quanto mais estudamos a história da humanidade mais se percebe a presença e contribuição dos africanos para o desenvolvimento humano universal. A humanidade surge na África e lá podemos observar o surgimento de diversos saltos evolutivos em nossa trajetória, como a geometria, metalurgia, mineração, cultura, religião, arte e filosofia”, destacou o sociólogo.

Crédito: CNM/CUT
Professor Deivison Professor Deivison
Deivison Knosi fala sobre importância da cultura negra 


O professor lembrou que há mais de dez anos o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei 10.639, que torna obrigatório o ensino da história africana em todo o país. “Infelizmente, poucas instituições cumprem a lei. O ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil sempre foi lembrado nas aulas de História com o tema da escravidão negra africana. Agora temos a missão de mudar esse conceito e modelo de aprendizagem”, falou.

A dirigente Kelly Carmo da Silva, do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SP), avaliou que o curso elucidou diversas questões em relação ao racismo. “Nós, negros, não temos consciência que propagamos o racismo, por exemplo, através de piadas. Assumimos um modelo de vida pronto que não condiz com a nossa realidade. O curso merece ser levado aos movimentos sociais para compartilhar esse conhecimento mais profundo sobre o tema”, avaliou.

(Fonte: Shayane Servilha - assessoria CNM/CUT)