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Taubaté (SP): Sindicato promove primeiro encontro de formação para jovens

Publicado: 24 Novembro, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
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Jovens metalúrgicos que participaram do primeiro encontro  

O que diferencia a a CUT das demais centrais sindicais foi um dos principais temas da roda de debate do 1º Encontro de Formação da Juventude Metalúrgica de Taubaté. O encontro surgiu a partir da demanda dos jovens dirigentes que estão iniciando seu mandato nos Comitês Sindicais de Empresa (CSE). A atividade foi promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (SP) entre os dias 17 e 21 de novembro.

O primeiro dia do evento aconteceu na sede da entidade, com a participação de mais dirigentes do Sindicato e os demais na colônia de férias da instituição, em Ubatuba (SP). O curso teve a atenção da Central e das entidades que representam os metalúrgicos no estado e nacionalmente. A mesa de abertura contou com a presença dos presidentes da CUT/SP e da Federação dos Metalúrgicos de SP (FEM-CUT/SP), Douglas Izzo e Luiz Carlos Silva Dias, respectivamente, do secretário de Juventude da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Silvio Ferreira, e da secretária de Juventude da FEM-CUT/SP, Glaucia dos Santos.

A formação foi finalizada com a fala da secretária de Formação da CUT/SP, Telma Aparecida Andrade Victor. A dirigente fez críticas ao governador Geraldo Alckmin, que recentemente divulgou uma reestruturação do ensino no estado de SP, que levaria ao fechamento de 94 escolas. “Não podemos aceitar esta onda conservadora. Nossa origem é de esquerda e nossa luta é por dignidade de trabalho, mas também com avanços sociais. Não vamos deixar que o governador mude os investimentos em políticas públicas sem dialogar com a sociedade. Este governo está sendo truculento com a educação”, criticou.

“Ficamos realizados em atender este pedido dos jovens dirigentes. Toda a grade da atividade foi planejada a partir dessa necessidade e interesse. Nada foi imposto; tudo foi planejado especialmente para que eles saíssem desta formação com o conteúdo que queriam aprender”, disse o secretário de Juventude do Sindicato e diretor da CNM/CUT, Ricardo Santos, o Pirata.  “Não posso deixar de mencionar que, sem a parceria com a Secretaria de Formação da CUT/SP, a atividade não teria acontecido”, completou.

Crédito: Divulgação
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Debate com a secretária de Formação da CUT (camisa verde) no fim do encontro

Para a representante do CSE da LG, Graziela Rodrigues, 35 anos, a atividade esclareceu as dúvidas dos dirigentes que estão começando. “Sabemos o quanto a Central é importante para a luta da categoria, mas após o curso temos mais conteúdo para levar ao chão de fábrica. Somos agentes multiplicadores deste conteúdo.”

Outro tema que gerou discussão entre os 15 jovens foi a comunicação e sua importância para o movimento sindical. A regulação da mídia foi um assunto tão debatido que o grupo saiu da atividade com propostas para fortalecer a temática dentro do chão de fábrica. Uma das ideias é coletar assinaturas a favor da Lei da Mídia Democrática, que tem o intuito de acabar com oligopólios e monopólios de mídia, além de fortalecer a comunicação pública e comunitária, a diversidade e a pluralidade de conteúdo nos meios de comunicação do país.

Para o representante do CSE na LG Paulo Sérgio Freitas, 35 anos, a regulação da mídia é essencial para consolidar a democracia brasileira e dar espaço a própria comunicação sindical. “Esta lei nos dá a oportunidade de também informar a sociedade a pauta do nosso movimento. Não queremos concorrer com a grande mídia, mas sim ter a chance dos brasileiros de conhecerem o trabalho e a transformação que a esquerda fez no nosso país”, afirmou. 

Bagagem sindical
Na manhã da quinta-feira (19), os jovens começaram o dia assistindo ao filme Linha de Montagem, produção que retrata as greves dos metalúrgicos do ABC no final dos anos 1970. A partir da sessão de cinema, os metalúrgicos trocaram experiências com os líderes sindicais José Lourenço de Souza Filho, 74 anos, e Moyses Santos, 66 anos.

Crédito: Divulgação
Souza (verde) e Santos (vermelho) em bate papo com a juventude Souza (verde) e Santos (vermelho) em bate papo com a juventude
Souza (verde) e Santos (vermelho) em bate papo com a juventude 


Souza comoveu o grupo com sua história de luta no ABC paulista. Após o término das greves, o metalúrgico se mudou para Taubaté, onde começou a trabalhar na Volkswagen. “A juventude é feita de sonhos e deve ser movida por ideais de transformação. Estas greves, que eram apenas para lutar por melhores condições de trabalho, também foram para mostrar a sociedade que almejávamos a democracia. Nossa categoria lutou pela liberdade e contra o mal da ditadura”, emocionou-se.

Em sua intervenção, Santos lembrou aos jovens que o movimento sindical passa por difíceis, mas importantes modificações. “O agora é sempre o dia mais complicado do movimento sindical. O mundo se transforma e as dificuldades são maiores. Hoje, o trabalhador é mais informado e precisa ser convencido através do diálogo. A revolução para transformar as condições de trabalho que vivem está nas mãos de vocês”, avaliou o aposentado.

“Hoje, nós estamos aprendemos com a nossa história viva. Uma história que não pode se perder e precisa ser resgatada. Nós, jovens, somos a continuidade do processo que eles iniciaram. E esta história sempre foi de muita luta e não podemos perder esta origem”, assegurou Glaucia.

Raio X da juventude
Igor Pinheiro, técnico da Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, apresentou estudo com o perfil do jovem metalúrgico da região.

Segundo dados do Diesse, a base de jovens de Taubaté corresponde à metade dos trabalhadores da categoria, com 8.756 metalúrgicos, mas sua participação vem caindo ao longo dos anos.

Ainda de acordo com o estudo, os jovens estão concentrados no segmento automotivo (23,8% na indústria de autopeças e 23,2% nas montadoras), seguido pelo eletroeletrônico (17,7%). O estudo também mostrou a representação das jovens trabalhadoras metalúrgicas, que representam 24,5%, média superior à da categoria que tem 18% de mulheres na base.

(Fonte: Shayane Servilha - Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)