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Toyota inaugura fábrica em Porto Feliz (SP)

Publicado: 11 Maio, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

No início deste mês a Toyota começou a produzir motores pela primeira vez na América Latina em sua fábrica de Porto Feliz, no interior paulista, a meio caminho das unidades de montagem final da empresa em Sorocaba, onde é feito o Etios, e Indaiatuba, que faz o Corolla. A montadora investiu R$ 580 milhões na nova planta para avançar na nacionalização de seus produtos no Brasil, reduzindo assim a exposição ao câmbio, ao mesmo tempo em que atende parte das exigências do programa Inovar-Auto, que concede isenções fiscais para incentivar o maior volume de compras no País e localização de processos industriais.

A inauguração oficial da fábrica de Porto Feliz foi feita na terça-feira (10), mas a unidade já estava em operação para atender a recém-lançada versão 2017 dos Etios hatch e sedã (leia aqui). Inicialmente, entraram em produção os novos motores VVT-i de 1,3 e 1,5 litro, que passaram a equipar o Etios com economia em torno de 9% maior na comparação com a geração anterior dos mesmos propulsores – a maior eficiência energética também é uma das metas do Inovar-Auto.

Quando a construção da planta foi anunciada, em 2012, também estava prevista, em uma segunda etapa, a fabricação de motores para o Corolla. Contudo, com a retração das vendas e a queda dos volumes de produção, a Toyota deverá esperar mais para colocar esse projeto em andamento. “Ainda estudamos se faz sentido econômico. É necessário antes fazer um investimento maior para modernizar a fábrica de Indaiatuba. Quando decidirmos poderemos fazer aqui o motor do Corolla também”, explica Steve St. Angelo, CEO da Toyota America Latina. “Com a taxa de câmbio no nível atual, essa é a hora de buscar o aumento da nossa localização em todos os níveis, mas não é só isso que importa nesse caso [da importação do motor do Corolla], é um projeto maior”, acrescenta.

Pelo mesmo motivo, foi suspenso o plano de produzir o Corolla também em Sorocaba, como forma de aliviar a unidade de Indaiatuba em caso de maior procura pelo modelo. “O mercado mudou e hoje não precisamos de mais Corolla além do que já fazemos”, diz St. Angelo. No entanto, muitos dos investimentos para aumentar a produção brasileira da Toyota já foram feitos, segundo explica o vice-presidente da empresa para a América Latina, Luiz Carlos Andrade Jr.: “O que estamos fazendo é ficar preparados para fazer mais se o mercado demandar. Não tínhamos isso antes e perdemos oportunidades de avançar mais no País”, avalia.

“Esta nova unidade de motores reafirma a estratégia de longo prazo da Toyota, que enxerga o potencial da América Latina e do Brasil para emergir como poder econômico global nas próximas décadas”, disse St. Angelo em seu discurso durante a cerimônia de inauguração em Porto Feliz, em que procurou dissipar a tensão causada pela crise econômica. “Mantemos nossa promessa de investir no Brasil. Estamos sofrendo como nossos concorrentes, mas estamos trabalhando para superar esse momento, porque temos certeza que a economia vai se recuperar. Seremos recompensados no futuro”, destacou.

Capacidade sob demanda 
A fábrica de Porto Feliz nasce com capacidade para 108 mil motores/ano, a mesma instalada em Sorocaba para fazer o Etios. “Vamos seguir a demanda, quanto mais Etios vendermos, mais motores vamos produzir. Por isso fizemos uma planta extremamente flexível, capaz de operar com diferentes níveis de produção. Mas se for necessário expandir, também podemos fazer isso rápido, temos bastante espaço aqui para crescer”, diz St. Angelo. A planta está instalada em um terreno de 872,5 mil metros quadrados, tem atualmente 320 empregados e opera em dois turnos.

A Toyota garante que instalou no Brasil sua mais moderna, eficiente e completa fábrica de motores no mundo. Como poucas, a planta agrega todas as três etapas de produção, incluindo a fundição dos blocos e cabeçotes de alumínio, usinagem e montagem final. “Isso garante o maior controle dos processos e da qualidade”, explica Andrade Jr. “Esta fábrica também significa uma maior independência em relação à matriz, agora temos muita flexibilidade para atender melhor o mercado. Podemos produzir aqui qualquer motor com adaptação muito rápida da linha em termos de variedade e quantidade”, diz.

Para reduzir o tamanho da área normalmente ocupada pela fundição e aumentar a eficiência do processo, o forno de fusão que derrete o alumínio teve as dimensões diminuídas, para que pudesse ser instalado ao lado da moldagem, eliminando assim o transporte do metal derretido dentro da fábrica. A solução trouxe ganhos de segurança e produtividade. Também são usados somente aditivos inorgânicos dentro dos moldes dos blocos, para evitar a emissão de partículas e gases tóxicos. Com isso, foi possível diminuir o tamanho dos coletores de poeira, economizando espaço.

(Fonte: Automotive Business)