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Trabalhadores criam grupo de fábrica unificado das Bosch

Publicado: 04 Abril, 2007 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

As dificuldades e os transtornos são inúmeros. Trabalho aos domingos, que acaba com a vida social do trabalhador; descaso com a saúde do trabalhador; convênios médicos e odontológicos precários; demissões; pressão da chefia por metas e produtividade; e por aí vai.

Para enfrentar essas investidas da Bosch sobre nós, trabalhadores, é que foi criado o Grupo de Fábrica com o objetivo de unificar a luta por melhores condições de trabalho em todas as fábricas da Bosch com plantas em Campinas.

O grupo de fábrica das empresas Bosch-Trevo, Bosch-Freios e BSH Continental vai se reunir, pelo menos uma vez por mês, para discutir os problemas que cada fábrica têm em comum. As reuniões são abertas aos trabalhadores, e os dirigentes sindicais de cada fábrica vão comunicar a data dos encontros.

Nossa luta tem de ser global

Ao vivermos numa sociedade cuja economia está globalizada, precisamos nos convencer de que nossa luta também deve ser global. Ou seja, temos de reconhecer os problemas que temos em comum, somar nossos esforços e unificar nossas reivindicações e nossas lutas por vida digna e melhores condições de trabalho.

Aliás, essa tendência de unificar a luta pelos direitos e 'uniformizar' as reivindicações feitas à empresa, como a exigência ao cumprimento da Convenção Coletiva, do Acordo Global e da legislação, gerou dois grandes encontros: um nacional, em Pomerode (SC) e outro mundial, na Alemanha. Além dos princípios debatidos sobre o Acordo Global, formulamos uma Pauta Nacional de Reivindicações, que discute PLR e liberdade sindical e propõe jornada de 40 horas semanais e a criação de  piso salarial nacional, saúde e segurança, entre outras. Portanto, se a empresa pensa globalmente, os trabalhadores também têm de se organizar da mesma forma.

Redução da Jornada

Não é de hoje que os trabalhadores do Brasil e do mundo lutam por uma jornada de trabalho menor, que permita mais descanso e dedicação à família. Este é um debate que ocorre desde a promulgação da Constituição Federal.

A jornada de trabalho da Bosch, na Alemanha, é de 36 horas semanais. Nos países subdesenvolvidos, como o Brasil, no entanto, a empresa adota outras políticas, como a da exploração da força de trabalho e aprofundamento da condição de miséria dos trabalhadores desses países, por meio do excesso de jornada e ritmo acelerado de trabalho.

No Brasil, há várias fábricas da Bosch com jornadas de trabalho diferenciadas. Em Curitiba, a fábrica trabalha com 40 horas semanais. Já em Campinas, na Bosch-Freios, a jornada é de 42 horas e 45 minutos.

Nós trabalhadores da Bosch, no Brasil, queremos unificar a jornada para 40 horas semanais, sem, no entanto, deixar de reafirmar que nossa bandeira de luta ainda é: 36 horas sem redução de salário. Acreditamos que só a redução de jornada será capaz de garantir mais postos de trabalho e ajudar na redução do número de doenças ocupacionais.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas