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Trabalhadores da Airbus entram em greve na França

Publicado: 15 Junho, 2007 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

Milhares de trabalhadores de fábricas da Airbus na França entraram em greve nesta terça-feira, protestando contra um plano de restruturação que tem dominado a campanha presidencial do país.

Mais de uma centena de ônibus levaram funcionários de fábricas da companhia no sul de Toulouse para uma manifestação no centro da cidade para protestar contra a restruturação, que tem como objetivo cortar 10 mil empregos na Europa, incluindo 4.300 na França.

Na cidade de Meaulte, no norte da França, cerca de 1.500 trabalhadores fizeram uma passeata durante a chuva para protestarem contra o projeto de reorganização da empresa criado após atrasos do projeto do superjumbo A380.

'Não é correto que uma das jóias da tecnologia européia esteja cortando 10 mil empregos em quatro anos, enquanto sua carteira de pedidos está cheia por vários anos', disse Bernard Thibault, diretor do sindicato CGT, ao jornal Les Echos.

A greve desta terça-feira deve durar um dia, mas os sindicatos ameaçam com uma ação mais ampla se a Airbus seguir com demissões forçadas por redundâncias, algo que a empresa prometeu não fazer a menos que as coisas fiquem piores em 12 a 18 meses.

Na Alemanha, funcionários que pararam na semana passada retomaram atividade normal na segunda-feira.

A Airbus entrou na agenda política da França depois que a candidata socialista Segolene Royal e o rival de centro-direita Nicolas Sarkozy exigiram uma ação do governo para ajudar a controladora da Airbus, a EADS, por meios diferentes.

O ministro da Economia da França, Thierry Breton, disse na terça-feira que o Estado francês está pronto para aumentar sua participação na EADS se necessário e reafirmou que vai acompanhar qualquer aumento de capital da companhia.

O governo francês tem demonstrado irritação com a situação de estar com mãos atadas pelo acordo de acionistas criado por seus predecessores socialistas quando a EADS foi fundada em 2000. Mas ele pode se arriscar a abrir a EADS a interessados estrangeiros se enfraquecer as defesas contra aquisição da companhia criadas no acordo.

Fonte: Reuters