Trabalhadores na Weg dão início à internacionalização de rede sindical
Publicado: 12 Setembro, 2014 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
Crédito: Paola Bello |
Rede Weg é a primeira a unir metalúrgicos e químicos |
Delegação brasileira com sindicalistas argentinos, no encontro da rede sindical Weg |
Trabalhadores argentinos e brasileiros na multinacional Weg realizaram, na última quarta-feira, 10, encontro em Buenos Aires. A atividade faz parte do projeto Promoção dos Direitos Trabalhistas na América Latina, que tem como um dos principais objetivos a internacionalização de redes sindicais.
A principal diferença identificada no encontro foi quanto à sindicalização dos trabalhadores. Enquanto na Argentina a empresa estimula a filiação aos sindicatos, no Brasil há o processo inverso. “Há uma cultura aqui de instruir os trabalhadores para que se filiem aos sindicatos. Não é uma exigência, mas há a instrução”, declarou o secretário geral da Unión Obrera Metalúrgica (UOM) em San Francisco, Luis Alberto Frocil.
“No Brasil, não há nenhum trabalho para a sindicalização por parte da empresa. Pelo contrário. A empresa estimula a desfiliação dos trabalhadores dos sindicatos”, contrapôs o coordenador da rede Weg no Brasil, Valdir de Oliveira.
Há, ainda, a preocupação da ampliação das atividades da empresa na Argentina. Segundo o coordenador da rede no Brasil, a multinacional planeja ampliar as atividades na unidade de Córdoba, onde atualmente trabalham 45 funcionários, com a contratação de outros 45 trabalhadores. “Hoje, os trabalhadores argentinos realizam as tarefas com comodidade. Mas isso não quer dizer que, com a ampliação das atividades no país, a empresa não vá implantar aqui o mesmo rigor que aplicam no Brasil”, afirmou Frocil.
Atualmente, a Weg possui duas plantas na Argentina com mais de 3 mil trabalhadores. No Brasil, são 17 plantas com cerca de 22 mil trabalhadores. A empresa possui ainda nove plantas em países da Ásia, Europa, América do Sul e América do Norte, com aproximadamente 29 mil trabalhadores em todo o mundo.
No Brasil, a Rede Sindical Weg é a única a unir duas categorias: químicos e metalúrgicos.
Intercâmbio
Crédito: Paola Bello |
Encontro na UOM |
Encontro na UOM |
A delegação de trabalhadores brasileiros começou a atividade de intercâmbio com os argentinos na última segunda-feira (8), com encontro com dirigentes do SMATA (Sindicato de Mecánicos y Afines del Transporte Automotor de la República Argentina), justamente para debater as redes sindicais (leia aqui). Na terça-feira (9), a delegação brasileira esteve na UOM (Unión Obrera Metalúrgica), onde se reuniu com os secretários geral e de Relações Internacionais da entidade, Antonio Caló e Francisco Gutierrez. Durante a atividade, foram debatidas as diferenças existentes entre direitos e conquistas dos trabalhadores brasileiros e argentinos.
Os brasileiros visitaram também o SUTNA (Sindicato Único de Trabajadores del Neumático Argentino) para discutir o mesmo tema (leia aqui).
O projeto Promoção dos Direitos Trabalhistas na América Latina é uma iniciativa para criação e fortalecimento do trabalho em redes sindicais. É gerido pela CUT, pelas Confederações Nacionais dos Metalúrgicos e Químocos da CUT (CNM/CUT e CNQ/CUT) e Instituto Observatório Social, com apoio do DGB BW, que é o centro de formação da central sindical alemã DGB.
(Fonte: Instituto Observatório Social)