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Vasconcelos, ex-Eletrobrás, vai presidir a Alstom

Publicado: 27 Março, 2007 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

Aloisio Vasconcelos, ex-presidente da estatal de energia Eletrobrás até o fim do ano passado, é o novo presidente da subsidiária brasileira da francesa Alstom, focada nos setores de energia e transporte. Vasconcelos, que está de mudança para São Paulo, assume o comando da filial, que faturou R$ 1,5 bilhão no ano fiscal 2005-2006, no dia 2 de abril.

Atualmente, a filial brasileira da Alstom é comandada por Thibault Desteract. O executivo, que substituiu José Luiz Alquéres no primeiro trimestre de 2006, também responde pelas operações do grupo nas Américas, Espanha e Portugal. E com a contratação de Vasconcelos, Desteract deverá continuar no comando dessas subsidiárias.

Vasconcelos, que já foi deputado federal pelo PMDB de Minas Gerais, assumiu o comando da Eletrobrás em 2005. Durante sua gestão, a estatal teve participação ativa nos leilões de energia organizados pelo governo federal. Tanto que a Eletrobrás era acusada pelos agentes do setor de energia de praticar tarifas patrióticas, ou seja, de arrematar com fortes deságios os empreendimentos no pregão. Crítica que era rebatida com veemência pelo então presidente da estatal.

Em recente entrevista ao Valor, ainda como presidente da estatal, Vasconcelos havia dito que a Eletrobrás tinha planos de investir R$ 6 bilhões em 2007, sendo que R$ 3 bilhões seguiriam para geração e R$ 2 bilhões iriam para transmissão. Já entre 2007 e 2015, a estatal deveria alocar US$ 40 bilhões em geração e na transmissão. Número este que se alinhava ao Plano Decenal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), companhia do Ministério das Minas e Energia. No ano passado, contudo, a Eletrobrás teria investido R$ 5,2 bilhões e muitos desses recursos foram para geração.

No comando da Alstom, ainda não se sabe quais serão suas metas. Entre outros pontos, a companhia não definiu se está disposta ou não a construir mais uma fábrica no Brasil, caso as hidrelétricas do rio Madeira saiam do papel. Este era um dos condicionantes para a construção de uma nova operação por aqui. Uma das líderes mundiais em energia e transporte, o grupo francês faturou globalmente ao redor de 13,4 bilhões de euros no ano fiscal entre 2005-2006.

Nos últimos anos, contudo, a francesa Alstom tem se notabilizado por erguer diversas centrais elétricas e fornecer cerca de 25% da capacidade mundial instalada de geração de energia. Além disso, fabrica trens de alta velocidade (TGV), que circulam pela Europa. Presente em 70 países, a Alstom emprega atualmente aproximadamente 69 mil pessoas mundialmente, sendo 3 mil apenas no Brasil.

Fonte: Valor