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Venda de veículos para frotistas e empresas anima montadoras

Publicado: 06 Outubro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O setor de vendas diretas das montadoras tem trabalhado bastante. A participação nos emplacamentos desse tipo de negócio (comercialização de veículos a frotistas e demais empresas) passou de 33% para 39,4% no acumulado de 2017 (janeiro a setembro) em relação ao mesmo período de 2016.

Enquanto a comercialização no varejo caiu 2,3% nos primeiros nove meses do ano, as vendas diretas subiram 28,6%. O cálculo feito pela Fenabrave (entidade que reúne os revendedores de automóveis) leva em consideração carros de passeio e veículos comerciais leves.

De acordo com representantes da Anfavea (associação de montadoras), essa oscilação é típica de períodos de recuperação, quando há bases baixas para comparação- em 2016, as vendas e a produção regrediram aos mesmos patamares de 2006.

Contudo, mostra que há certa estabilidade nas vendas no varejo, que ainda não reagiu. A constatação é comprovada por pesquisa feita pela J.D. Power em parceria com o banco Itaú.

O levantamento ouviu 6.700 consumidores que acessaram o portal iCarros, que pertence ao banco. Desses, 22% se disseram interessados em adquirir um modelo novo, enquanto os outros 78% afirmaram buscar um usado. Em 2016, o número de interessados em um carro zero-quilômetro era de 24%.

"O mercado automobilístico está se recuperando, já atingimos o fundo do poço. As entrevistas nos permitem dizer que essa questão percentual de interesse de compra tende a ser mantida", diz Fabio Braga, diretor da J.D. Power do Brasil.

As montadoras aguardam ansiosas que essa intenção se converta efetivamente em emplacamentos para pessoas físicas. Porém, isso depende da retomada do crédito: a pesquisa mostra que 68% dos consumidores ouvidos precisarão pegar dinheiro em banco para comprar um veículo.

Ao vender carros para frotas, as montadoras abrem mão de margens de lucro mais polpudas.

Contudo, a medida tornou-se necessária para reduzir estoques e possibilitar a retomada das vendas. A indústria aposta que dias melhores virão mesmo em 2018, com crescimento do varejo.

Muitos dos carros repassados por venda direta retornam ao mercado como usados cerca de um ano depois. É o que ocorre com os automóveis vendidos a locadoras.

Algumas fabricantes pensam em soluções para essa questão. O grupo PSA Peugeot Citroën trabalha em um modelo de recompra, em que os automóveis voltariam como seminovos às concessionárias e seriam revendidos ainda com garantia vigente.

Apesar de a venda no varejo ainda não ser satisfatória, as montadoras estão satisfeitas com os dados de produção.

A fabricação de veículos no Brasil cresceu 27% entre janeiro e setembro de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Anfavea.

Foram produzidas 1,98 milhão de unidades no período, entre carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões.

Na comparação com agosto, houve queda de 9,2% na fabricação de autos. A oscilação é considerada normal pela associação de montadoras.

As vendas internas chegaram a 199 mil unidades em setembro. Houve queda de 8% na comparação com agosto, mas crescimento de 24,5% sobre setembro de 2016 -que foi o pior mês de vendas no ano passado.

O estoque é suficiente para atender a 33 dias de vendas, número considerado adequado pela Anfavea.

(Fonte: Folha de S. Paulo)