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Visita do Conselho de Direitos Humanos a Lula deve ‘cristalizar’ abusos da Lava Jato, segundo advogada

Publicado: 11 Setembro, 2019 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) irá até a sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, para realizar audiência com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (12). O órgão quer apurar denúncias de violações de garantias institucionais e direitos humanos, com base nas revelações da Vaza Jato trazidas pelo The Intercept Brasil. As conversas divulgadas demonstram que os procuradores da Lava Jato atuavam em conluio com o então juiz Sergio Moro, com o objetivo de condenar o ex-presidente.

A visita do CNDH foi autorizada pela juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba. A advogada Tânia Mandarino, integrante do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia destaca que sequer essa autorização seria necessária, porque é prerrogativa do órgão realizar inspeções em presídios, inclusive sem prévio aviso, para averiguar as condições em que são mantidos os detidos.

Em entrevista à jornalista Marilu Cabanãs, para o Jornal Brasil Atual nesta quarta-feira (11), Tânia afirma que as conversas divulgadas na Vaza Jato demonstram “cabalmente” que violações foram perpetradas durante todo o processo movido contra o ex-presidente no âmbito da operação Lava Jato. “A gente espera que essa conversa com o ex-presidente cristalize ainda mais o que a gente já sabe. A cada dia a gente sabe mais daquilo que a gente já sabia.”

Entre os dias 13 e 19, o plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) julga novo habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente. Dada a inação da Suprema Corte até agora, a advogada não mantém expectativas de que os ministros coloquem fim aos abusos cometidos pela Lava Jato, que ela classifica como “quadrilha” e “organização criminosa“.

Sobre as últimas revelações da Vaza Jato, que dão conta que o então juiz Moro autorizou devassa na vida da filha do empresário investigado que estava foragido, como forma de coagi-lo a se entregar, ameaçando inclusive. Mesmo sem evidências de que participava de algum esquema ilegal, ela teve sua casa invadida por policiais que teriam inclusive ameaçado o seu filho, de 7 anos. “Precisa mais o quê? A gente está chegando no limite do limite, e nada está sendo feito”, disse Tânia, cobrando que o STF tome uma atitude sobre a série de abusos cometidos.

(Fonte: Rede Brasil Atual)