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Weg: rede sindical define plano de ação para unificar direitos dos trabalhadores

Metalúrgicos e químicos da Rede Weg realizaram 2º Encontro em Vitória (ES) e identificaram uma série de disparidades nas condições de trabalho e salário entre as unidades da empresa.

Publicado: 28 Novembro, 2013 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
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Encontro reuniu trabalhadores e representantes de nove bases sindicais 

Assédio moral, poucos representantes dos trabalhadores nas unidades e não comunicação de acidentes de trabalho (CAT). Estes são alguns dos problemas existentes nas plantas da Weg e foram identificados como práticas antissindicais por trabalhadores e representantes de nove sindicatos de metalúrgicos e químicos que têm unidades da empresa em suas bases.  Eles estiveram reunidos nestas terça e quarta-feira (26 e 27), no 2° Encontro da Rede de Trabalhadores da Rede Weg, em Vitória (ES).

Esses problemas em comum foram identificados quando os participantes compararam as condições de trabalho e salário nas diferentes plantas da empresa no Brasil, ao debater temas como liberdade sindical, remuneração, benefícios, participação nos lucros e resultados (PLR), saúde, segurança e jornada de trabalho.

Os trabalhadores chegaram à conclusão que a jornada de trabalho de 220 horas mensais é a única coisa em comum nas 17 unidades da empresa no Brasil. Nas demais, constataram inclusive grande disparidade. O piso salarial, por exemplo, varia de R$ 840 a R$ 1.160. Os critérios para a PLR e para benefícios também são bem diferentes.

Por isso, ao final do encontro os participantes 2º Encontro decidiram que o combate às práticas antissindicais da empresa devem ter prioridade na agenda da rede de trabalhadores nos próximos meses. Eles definiram ainda um plano de ação a partir da construção de uma agenda nacional voltada para a luta pel unificação dos direitos dos trabalhadores da Weg no Brasil.

Crédito: Divulgação
A Rede Sindical Weg é a primeira a unir metalúrgicos e químicosA Rede Sindical Weg é a primeira a unir metalúrgicos e químicos
Rede Sindical Weg é a primeira a unir metalúrgicos e químicos


A importância das redes sindicais
A rede de trabalhadores foi formada em agosto último, em Santa Catarina, e é a primeira constituída em parceria de duas categorias profissionais: metalúrgicos e químicos.

A implantação e o fortalecimento de redes sindicais fazem parte de projeto desenvolvido em parceria entre a CUT, o Instituto Observatório Social e a DGB Bildungswerk (escola de formação da central sindical alemã), junto com a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e Confederação Nacional dos Químicos (CNQ/CUT). O projeto tem como objetivo o fortalecimento das redes de trabalhadores em empresas multinacionais alemãs e brasileiras, visando o Diálogo Social — processo de negociação permanente entre as redes sindicais e a direção das empresas.

Segundo o assessor da Secretaria de Relações Internacional da CUT, Alexandre Bento, o grande propósito da formação de redes sindicais é buscar uma forma de aliança entre entidade e organizações para o alcance de objetivos em comuns. "As redes sindicais são estratégicas para os sindicatos, para defender os direitos e interesses dos trabalhadores e também para obter soluções coletivas mais eficazes que seriam muito difíceis de serem atingidas de forma isolada", assinalou, destacando o papel das redes na luta pela unificação dos direitos dos trabalhadores em todas as plantas da empresa.

“Neste processo, são fundamentais a comunicação constante entre os sindicalistas da rede e as bases sindicais, a disciplina para fazer cumprir as deliberações do plano de ação, assim como o reconhecimento da rede sindical por parte da empresa e a consolidação do diálogo social”, completou.

Participam do encontro trabalhadores e dirigentes das bases dos sindicatos dos metalúrgicos de Ribeirão Preto e São Paulo (SP), Manaus (AM), Gravataí (RS), Jaraguá do Sul (SC) e do Espírito Santo, dos sindicatos dos químicos de Jaraguá do Sul (SC), do ABC (SP) e de Pernambuco, e da Confederação Nacional dos Metalúrgico da CUT (CNM/CUT), da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (Força Sindical), da Confederação Nacional dos Químicos (CNQ/CUT), da Central Única dos Trabalhadores e do Instituto Observatório Social.

O próximo encontro da Rede Weg será realizado em abril.

Sobre a Weg
A multinacional brasileira Weg, fundada em 1961, é fabricante de motores elétricos e tintas. Possui 26 plantas no mundo, sendo 17 no Brasil e outras nove espalhadas pelos demais continentes (Ásia, Europa, Américas do Sul e do Norte). O faturamento saltou de R$ 3,5 bilhões, em 2006, para R$ 5,2 bilhões, em 2010, diante de uma receita de R$ 6 bilhões. A previsão de faturamento, em 2013, é de R$ 7 bilhões, o que representaria um crescimento de 10% no ano. Em 1994, eram 21 mil trabalhadores contratados; no ano passado, esse número chegou a 26 mil e a previsão, até 2020, é de atingir 50 mil trabalhadores em todas as plantas. Somente em Jaraguá do Sul, onde está localizada a matriz, a empresa possui hoje 15 mil trabalhadores.

(Fonte: Observatório Social, com CNM/CUT)