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ZF dobra produção e ameaça as concorrentes Dana e TRW

Publicado: 05 Maio, 2005 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Há quatro anos, a ZF Lemförder, empresa do grupo alemão ZF, começou a produzir no Brasil componentes de suspensão para os fabricantes de veículos, um mercado dominado até então pelas americanas Dana e TRW. Com uma expansão de receita, que quadruplicou nos dois últimos anos, a companhia começa agora a investir para dobrar a capacidade de produção de sua unidade no país.
Com a entrada empresa nesse segmento, o mercado de barras de direção e componentes de suspensão passou a ter concorrentes de peso. A receita da ZF Lemförder somou R$ 43 milhões em 2004, quatro vezes mais do que em 2002, e a expectativa é de que deverá alcançar R$ 66 milhões neste ano, crescimento de 50%.

Em 2004, a empresa começou a traçar o projeto de aumento de capacidade, que vai consumir R$ 21 milhões. Foram investidos R$ 9 milhões na compra de equipamentos em 2004 e entre este ano e o próximo serão aplicados mais R$ 12 milhões para aumentar a área da fábrica, em Sorocaba (interior de São Paulo), de 6 mil para 12 mil metros quadrados.

Isso permitirá, de acordo com o diretor da unidade, Wilson Sapatel, separar as linhas de usinagem para carros e caminhões, o que duplicará a capacidade de produção, que atingiu 3 milhões de componentes em 2004.

A expansão da ZF Lemförder superou o crescimento das vendas de veículos no Brasil. É por isso que concorrentes, como a TRW, admitem que o grupo alemão conseguiu roubar uma parcela do mercado. "Eles vieram com uma operação mais enxuta dos que as empresas que estão aqui há mais tempo", observa o diretor de vendas e desenvolvimento de negócios da TRW, Wilson Rocha. Para o executivo, a ZF está, neste momento, agindo "como franco atirador" para "comprar mercado".
Sapatel afirma que a conquista dos contratos no Brasil vem da afinidade que a matriz já detinha com as montadoras na Europa, região que determina o estilo dos carros fabricados no Brasil. Inaugurada com 39 funcionários, em 2001, a fábrica de Sorocaba tem hoje 215 empregados e deverá fechar o ano com cerca de 250.

Com uma estratégia quase que totalmente voltada às encomendas das montadoras, a empresa ainda tem atuação tímida na exportação e mercado de reposição, ao contrário das concorrentes.
A participação das vendas externas, que ficou em 13% da receita no ano passado, deve encolher para 9% neste ano, segundo a previsão de Sapatel, por conta do aumento das vendas no mercado doméstico. A reposição respondeu por apenas 2% do faturamento de 2004.

Mas o crescimento no mercado externo é o objetivo no futuro. "Vamos precisar compensar os custos em dólar com peças que precisamos importar", afirma Sapatel. Mas, por ora, a empresa faz das entregas para as linhas de montagem de veículos no Brasil sua preocupação maior.

A Dana é a líder do mercado de peças de suspensão para as montadoras. A ZF estima conquistar a lideranças no segmento de caminhões ainda neste ano, com 55%. A empresa alemã, ainda, ter 22% na linha de veículos leves. A TRW calcula a seguinte divisão: 42% para a Dana, 32% para TRW e 25% para ZF na linha de pesados. Já na linha de veículos leves, a Dana teria 59%, 14% para ZF e 10% para TRW.


 

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