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21 de abril: Metalúrgicas e Metalúrgicos organizados em sindicatos para garantir direitos

"No Dia do Metalúrgico e da Metalúrgica é importante falar sobre a luta dos trabalhadores", diz presidente da Confederação Nacional da categoria (CNM/CUT), Paulo Cayres, o Paulão

Publicado: 21 Abril, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

 
Crédito: Edson Rimonatto (Rima)
Celebração da categoriaCelebração da categoria
Celebração da categoria
Feriado nacional, o dia 21 de abril é somente lembrado como o Dia de Tiradentes, mas também é uma data para celebrar o Dia do Metalúrgico e da Metalúrgica. O histórico da categoria é referência para toda classe trabalhadora, no Brasil e no mundo, porque sempre lutou em defesa do Brasil e para garantir direitos dos trabalhadores.
 
No Brasil, quase duas milhões de pessoas formam a categoria metalúrgica, um setor que é referência em todos os aspectos, inclusive economicamente e socialmente. Para o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, o Paulão,  no Dia do Metalúrgico e da Metalúrgica é muito importante falar sobre a importancia da organização coletiva em sindicatos para garantir diretos.
 
"Na história da luta de classes, os sindicatos são instrumentos mais que importantes para a garantia dos direitos da classe trabalhadora e foi assim desde que surgiu a história do capitalismo nas revoluções industriais. Sempre foram os sindicatos que através da sua luta da mobilização, da organização e da elevação da consciência de classe conseguiram conquistar e ampliar os direitos da classe trabalhadora", afirmou Paulão.
 
Segundo ele, o direito da classe trabalhadora sempre foi fruto de muita luta e de muito suor e sangue da classe trabalhadora, como 13º férias, redução de jornada e também as participações nos lucros e resultados.
 
"Tudo foi fruto da luta da classe trabalhadora através da organização no seus sindicatos, nesse sentido não existe um único direito que não tenha sido fruto da luta e da mobilização dos nossos sindicatos e dos trabalhadores. Neste dia 21, comemoramos sim, porque esta categoria tem uma história de luta, assim como todos os sindicatos. Temos que comemorar, sem tirar do nosso radar a importância dos sindicatos para que os nossos direitos nunca se percam. Os sindicatos são a porta de entrada e a única saída para a conquista e efetivação dos direitos da classe trabalhadora"
 
Importância do sindicato também na pandemia
Mesmo com a pandemia, que muitas vezes foi usada como motivo para diminuir direitos dos trabalhadores, os sindicatos têm resistido, criado novas estratégias e continuaram negociando a manutenção e ampliação de Acordos Coletivos nas negociações sindicais.
 
De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir de março, começaram a ser negociadas diversas cláusulas relacionadas à crise sanitária. Os sindicatos, segundo o documento, buscaram rapidamente alternativas para preservar a vida, as condições de trabalho e os direitos dos trabalhadores.
 
Regras sanitárias nos locais de trabalho, Licenças remuneradas, Trabalho remoto (home office), Férias individuais ou coletivas, Suspensão temporária do contrato de trabalho (MP 936 ou regime de layoff),  Redução de jornada de trabalho e salários e Licenças não remuneradas são algumas das pautas negociadas entre sindicatos, empresas e trabalhadores. A categoria Metalúrgica conquistou aumento real em 45,7% das suas negociações.
 
Dia das Metalúrgicas também
 
Quando você olhar o calendário e vê o que se comemora no dia 21 além do Dia de Tiradentes, as metalúrgicas nem estão no nome do dia: Dia dos Metalúrgicos.
 
Isso talvez se explique devido a atividade econômica do ramo metalúrgico ser predominantemente masculina e isso ilustra as relações de gênero estruturantes do mercado de trabalho, em que as mulheres possuem impedimentos de ingressar em determinadas atividades devido, dentre outras questões, a cultura machista da sociedade.
 
De acordo com levantamento produzido pelo Dieese, os entraves ao ingresso das mulheres no ramo metalúrgico, assim como na maior parte dos ramos industriais, é exemplo ilustrativo da divisão sexual do trabalho, tendo em vista que este setor se caracteriza por altas taxas sindicalização, formalização e remunerações.
 
Segundo o documento, mesm o com a desigualdade de gênero na categoria, a atuação sindical foi responsábel por implementações de cláusulas nos contratos coletivos de trabalho de proteção à saúde da mulher e auxílio aos trabalhos reprodutivos.
 
A secretária de Mulheres da CNM/CUT, Marli Melo, disse que com o ramo metalurgico majoritariamente masculino as mulheres enfrentam diversos obstáculos em toda nossa experiência de lutas e resistência, mas também conquistas.
 
"Só com a participação das mulheres na direção temos a oportunidade de podermos combater essas desigualdades. Com a nossa presença nas mesas de negociações hoje temos cláusulas específicas de gênero, numa perspectiva feminista sobre como a opressão das mulheres se estrutura no atual sistema capitalista. Se a situação atual não mudar estruturalmente esse modelo de sociedade não mudará a vida das mulheres trabalhadoras", afirmou Marli.
 
Aumento da desigualdade
A pandemia alterou profundamente as dinâmicas de trabalho, de vida e de cuidados na sociedade. Assim que as medidas de isolamento social foram iniciadas, as mulheres foram as que mais se sobrecarregaram com o aprofundamento dos cuidados e trabalhos domésticos, uma vez que o funcionamento das instituições para os cuidados foi interrompido, como creches e escolas.
 
Segundo a economista da subseção do Dieese na CNM/CUT, Renata Filgueiras, o estudo “os efeitos da crise da saúde e do isolamento social sobre o trabalho, a renda das mulheres e a sustentação financeira, contemplando o trabalho doméstico e de cuidado realizado de forma não remunerada no interior dos domicílios”, feito pela Sempre viva organização feminista (SOF), que o apoio para o cuidado, que já era insuficiente, reduziu-se durante a pandemia e impactou as mulheres de formas distintas. Ela disse que as mulheres passaram a cuidar ainda mais de pessoas, sendo que 80% passaram a cuidar de familiares, 24% de amigos e 11% de vizinhos.
 
"Apesar de alguns avanços das mulheres metalúrgicas durante os últimos anos, a participação feminina na categoria se reduziu. Além disso, a análise do contrato de trabalho intermitente, modalidade introduzida pela reforma trabalhista, permite afirmar que a remuneração média das mulheres admitidas através deste contrato permaneceu inferior em 24,6% comparada à dos homens, inclusive nas mesmas ocupações que os homens, o que caracteriza uma dupla penalização para as mulheres: por gênero e trabalho precário".
 
Luta e Solidariedade
 
Os sindicatos dos metalúrgicos de todo país fizeram luta, mas também se engajaram em campanhas de solidariedade para a população mais vulnerável do país. As entidades abriram suas sedes para arrecadar alimentos e diminuir o impacto da pandemia e do desgoverno de Jair Bolsonaro (ex-PSL), na população brasileira. Paulão disse que este governo, além de atrasar as vacinas, sequer se importou com as pessoas que estão passando fome e morrendo desta doença.
 
"É importante registrar a importância da ação dos sindicatos na solidariedade na luta contra fome onde transformaram o seus sindicatos em postos de arrecadação. Teve sindicato que arrecadou mais de 20 t oneladas de alimento e na sequência passou para as entidades sociais que fizeram a distribuição para aqueles que precisam e que têm fome. Ou seja, os nossos sindicatos estão para além da luta corporativa, de lutar apenas pelos interesses dos Metalúrgicos, mas ttambém lutam pelo interesse de toda sociedade. Este é o papel do sindicato cidadão", ressaltou Paulão, que completou: Bolsonaro é genocida, Fora Bolsonaro!".