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Alemã Mahle quer comprar 21 fábricas da rival Dana

Publicado: 28 Novembro, 2006 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

O Grupo Mahle disputa a compra de 21 fábricas da norte-americana Dana Corporation, que está em concordata. Estão em negociação unidades em países como Brasil, Argentina, México e EUA. Para o diretor-presidente da Mahle no Brasil, Claus Hoppen, o processo é complicado, pois envolve aprovação de credores e do juiz que comanda a recuperação da Dana nos Estados Unidos.

A Mahle busca comprar fábricas da rival com as quais têm operações em comum. A Dana produz, em Gravataí (RS), pistões e camisas de motor, especialidade da Mahle aqui. 'Vamos concluir o negócio no início de 2007', disse Hoppen, sem revelar valores. Numa reunião da Apimec-SP, ontem, a empresa anunciou que sua meta é ampliar a venda de ações na Bovespa.

Grupo de origem alemã quer comprar unidades em vários países, entre eles Brasil e Argentina. O Grupo Mahle está interessado em adquirir 21 fábricas da concorrente norte-americana Dana Corporation, empresa em concordata que passa por processo de reestruturação. De acordo com o diretor-presidente da Mahle no Brasil, Claus Hoppen, a companhia de origem alemã espera concluir a negociação até o primeiro trimestre do ano que vem - a companhia disputa concorrência com outros grupos.

Entre as 21 fábricas em que a Mahle tem interesse, estão unidades no Brasil, Argentina, México, Estados Unidos, Europa e Ásia. Temos interesse em adquirir fábricas da Dana com as quais temos operações em comum, afirmou Axel Brod, vice-presidente Financeiro e diretor de Relação com os Investidores.

A fábrica da Dana que mais se aproxima da operação da Mahle no Brasil é de Gravataí, no Rio Grande do Sul. A unidade gaúcha iniciou a produção em 1991, fabricando anéis de pistão e camisas de motor. Em San Juan e Rosário, na Argentina, a divisão da Dana produz bronzinas para motores. A operação foi inaugurada em 2001.

Os executivos da Mahle no Brasil disseram que ainda não há um valor estabelecido para a compra das 21 fábricas. Claus Hoppen afirmou que a negociação é feita direta com uma comissão de credores, já que a Dana está em concordata nos Estados Unidos.

Hoppen participou ontem de uma apresentação na Associação dos Analistas Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). A Mahle voltou a integrar a Apimec-SP depois de 21 anos sem se reunir com especialistas do mercado financeiro.

Tanto tempo fora e a importância econômica do grupo Mahle no Brasil e no mundo entusiasmaram os presentes ao encontro. A platéia fez 19 perguntas a Hoppen e Axel Brod, que disse esperar que a volta à Apimec amplie o volume de negociações do grupo na Bolsa de Valores de São Paulo - as ações preferenciais da Mahle Metal Leve têm valorização acima do Ibovespa desde 2000.

Entre as questões que os dois executivos tiveram que se esforçar para explicar aos analistas estavam o câmbio, que impactou fortemente os resultados da Mahle no Brasil, e a China, que, com seu baixo custo de produção, ameaça concorrentes mundo afora.

Claus Hoppen disse que a empresa procura compensar a diminuição dos lucros - em razão da valorização do real - com a racionalização da operação em suas nove fábricas sob responsabilidade do Brasil.

Entre 2004 e 2005, o lucro caiu cerca de 40% - de R$ 180 milhões para R$ 101 milhões, embora o faturamento e os níveis de exportações tenham aumentado no período. No acumulado do trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2005, houve uma pequena recuperação dos lucros líquidos - R$ 73 milhões contra R$ 68 milhões. Para 2007, a empresa prevê o mesmo ritmo.

Considerando um câmbio ideal na casa de R$ 2,40, Hoppen diz que ainda hoje a operação brasileira é competitiva, mas a forte concorrência chinesa não deixa de preocupar. A Mahle também tem três fábricas no território chinês, onde a produção está mais voltada para motocicletas. 'Quando produzimos na China com qualidade, os custos se equivalem aos dos Brasil. O problema é quando temos que concorrer com peças de má qualidade aqui vindas de lá'.

Mesmo com as adversidades, a Mahle segue o ritmo de investimentos no Brasil. O grupo espera encerrar o ano com R$ 67, 4 milhões investidos. Parte destes recursos estão previstos para a transferência da unidade de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, para o novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento e futuras instalações em Jundiaí (SP), em 2007.

Em razão de financiamento de exportações, as dívidas da Mahle no Brasil alcançam R$ 231 milhões. Algumas perspectivas vislumbram melhor horizonte para o grupo no Brasil. Entre eles, estão o aumento da produção de veículos, a recuperação do aftermarket em decorrência da agricultura, importação de autopeças pelas condições cambiais favoráveis e a continuidade na consolidação do setor de autopeças. O panorama cambial indefinido e a pressão das montadoras para manutenção e/ou redução de preços sãos aspectos que requerem novas soluções do Grupo Mahle Brasil.

Fundada em 1920 em, Stuttgart, Alemanha, a Mahle tem atualmente 81 fábricas pelo mundo na produção de pistões/ componentes, filtros e trem de válvulas. Tem cerca de 40 mil empregados, 4 mil deles no Brasil - número superior ao da matriz alemã.

Fonte: Gazeta Mercantil