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Brasil deve ser o 2° mercado da Renault até o fim deste ano

Publicado: 01 Abril, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O Brasil deve se tornar, este ano, o segundo maior mercado para o grupo Renault, atrás apenas da matriz, na França. Em 2010, a filial ganhou o terceiro posto em vendas pela primeira vez. No início deste ano, o dirigente mundial do grupo, o brasileiro Carlos Ghosn, projetava o segundo posto até 2013, mas o presidente da montadora no Brasil, Jean-Michel Jalinier, afirmou que "o objetivo é chegar ao segundo lugar já neste ano".
 
A previsão do executivo é de vender cerca de 200 mil carros da marca este ano, o que desbancaria a Alemanha, que deve ter resultados abaixo desse volume. Com maior importância dentro do grupo, a Renault do Brasil obteve da matriz aval para projetar parte dos carros que serão vendidos no País. Antes, 100% dos produtos eram desenvolvidos pela matriz e apenas adaptados ao mercado brasileiro.
 
Em visita ontem à sede do Estado, Jalinier disse que boa parte dos dois próximos lançamentos da marca foi desenvolvida pela engenharia e o centro de design da empresa no Brasil, embora utilizem plataformas (bases) de projetos europeus.
 
Um deles, o utilitário-esportivo Duster, que será produzido na fábrica do Paraná a partir do último trimestre de 2011, "não vai ser o mesmo criado na Romênia", modelo que está à venda na Europa desde o ano passado.
 
Segundo o executivo, há alterações no design externo e, principalmente, na parte interior, como painel e bancos. Antes do Duster - que vai concorrer com o Ford EcoSport -, a Renault lançará o novo Sandero, cuja renovação também ficou a cargo da engenharia local. A primeira versão do modelo, lançado no fim de 2007, foi desenvolvida na França, mas já teve a participação de técnicos brasileiros.
 
"Temos 550 engenheiros em nosso centro de desenvolvimento no Brasil e também já estamos trabalhando em um carro mundial para ser produzido em 2014", informou Jalinier. Segundo ele, o objetivo era ter 700 engenheiros, mas há falta de mão de obra especializada no País.
 
O presidente da Renault ressaltou ainda que os custos de desenvolvimento locais estão mais altos que em outros países. O salário de um engenheiro e de um gerente, por exemplo, é 10% maior que na Europa e nos Estados Unidos. A matéria-prima local também é mais cara. "Trazemos da Coreia 30% do aço usado na produção, pagamos navio e imposto de importação e, ainda assim, o produto chega mais barato do que o vendido em Minas Gerais", comparou.
 
Com fábrica no Brasil há 12 anos, a Renault é a quinta maior montadora local, atrás de Fiat, Volkswagen, GM e Ford. No ano passado, registrou venda recorde de 160 mil automóveis, ficando com fatia de 4,8% do mercado total. "Este ano, estamos buscando 5,5% de participação", informou o executivo.
 
Efeito Japão. Jalinier teme os efeitos que a catástrofe no Japão podem provocar no mercado mundial de veículos, com a perda de produção local e em outros países que importam peças. A filial brasileira adquire componentes eletrônicos de fabricantes japoneses para painéis e rádios, entre outros itens.
 
Embora tenha estoque suficiente para cerca de dois meses de produção, a empresa já estuda um "plano B", caso o abastecimento não seja normalizado até lá. "Estamos analisando outros fornecedores na Coreia e na China", disse Jalinier.

Fonte: O Estado de São Paulo