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Com subocupação em alta, Brasil deixa um terço da força de trabalho sem emprego

Economista César Locatelli estima que país possui 32 milhões de subocupados e auxílio emergencial precisa de continuidade

Publicado: 11 Janeiro, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Desemprego Desemprego
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O Brasil possui 32 milhões de trabalhadores em situação de subocupação e o governo Bolsonaro “retirou a oportunidade do brasileiro de trabalhar”, afirma o economista César Locatelli, em entrevista à Rádio Brasil Atual. Na avaliação dele, o país deixou sem emprego um terço da força de trabalho, agravando a subocupação.

Os cálculos do economista mostram que, além dos 14 milhões de pessoas desempregadas, o Brasil ainda possui 5,8 milhões que deixaram a força de trabalho, 6,2 milhões que estão em busca de emprego e outras 6,5 milhões subocupadas. “Mesmo assim, ainda sobram 26 milhões de pessoas sem emprego e, portanto, sem renda. Número bem superior aos 14 milhões que circula na mídia”, afirma, em artigo.

Diante desse cenário, Locatelli sustenta que o governo Bolsonaro não tem margem para encerrar o auxílio emergencial, já que há pessoas necessitando do dinheiro e a pandemia ainda está em alta, agravando a subocupação e a reserva de mão de obra na força de trabalho. Nesta semana, a Caixa Econômica paga a última parcela do programa.

“O Brasil tem uma reserva financeira, feita nos governos Lula e Dilma, em torno de U$ 350 bilhões que dá a possibilidade de fazer a economia girar. O país não está quebrado. Além disso, o auxílio emergencial é em real, ou seja, tem o controle da moeda para pagar as pessoas”, disse.

O Datafolha mostrou, em dezembro, que o auxílio emergencial é única fonte de renda para 36% das famílias que receberam pelo menos uma parcela do benefício em 2020. Reduzido de R$ 600 para R$ 300, ele é responsável por sustentar 25 milhões brasileiros.

Com apenas R$ 300, o principal efeito nos lares brasileiros foi a adoção de ações para cortar gastos. Uma coisa que é importante falar, segundo o economista, é a comparação errada sobre o país e uma família. Quando não há renda suficiente em casa para manter algumas coisas, a única saída que você tem é cortar. “O país é diferente, porque consegue se endividar. Essa comparação é feita para enganar a população”, finalizou Locatelli.

Confira a entrevista

 

*matéria publicada no site da RBA