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Covid-19 mantém avanço, e Brasil passa de 2 milhões de infectados pelo coronavírus

Números refletem dados oficiais fornecidos pelos estados. Realidade, de acordo com cientistas, deve ser muito pior. Mortos chegam a 76.688

Publicado: 16 Julho, 2020 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Governo de SP
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Covid-19 mantém avanço, e Brasil passa de 2 milhões de infectados pelo coronavírus

O Brasil voltou a registrar um dia com número de mortes pela covid-19 acima dos 1.300. Nas últimas 24 horas, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), foram 1.322 mortos, o que totaliza 76.688 vidas perdidas desde o início da pandemia, em março. O número é o maior registrado em mais de três semanas, o que evidencia o descontrole do surto.

A covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, também segue sua trajetória de crescimento no número de infectados. Segundo o boletim divulgado no início da noite de hoje (16), o Brasil passou de 2 milhões de doentes. Com 45.403 infectados nas últimas 24 horas, são 2.012.151 desde março.

O aumento no número de vítimas vem após um período apontado como de relativa estabilidade. Essa estabilidade foi “alcançada” em um “pico”, com mortes médias acima de mil por dia há mais de dois meses. Embora a curva de mortos tenha atingido um certo “platô”, o fato não deveria ter servido como justificativa para afrouxar medidas de segurança sanitária.

Após a estabilidade relativa, prefeitos e governadores passaram a abandonar as políticas de isolamento social, que nunca chegaram a ser rigorosas. Mesmo a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a reconhecer o platô, mas recomendou a continuidade das medidas de afastamento. Ao contrário da grande maioria dos países do mundo democrático, que esperaram baixar o número de mortes para retomar as atividades econômicas e sociais, o Brasil se precipitou.

Inimigo desconhecido

O Brasil é o epicentro da pandemia há quase dois meses. Sozinho, o país tem mais do que o dobro de mortos do que todos os demais países sul-americanos somados. Além disso, 13% dos óbitos pela covid-19 em todo o mundo ocorreram em território nacional. Enquanto demais países da comunidade internacional assistem à curva de contágio baixar, no Brasil ela mantém-se em ascensão. Em números globais, o país só tem menos casos e mortes do que os Estados Unidos.

Outro ponto importante é que, de acordo com cientistas da Fundação Oswaldo Cruz, existe ampla subnotificação de casos e de mortos. O Brasil é um dos países do mundo que menos realiza testes sorológicos; muito menos do que os Estados Unidos, por exemplo. De forma conservadora, a Fiocruz estima que os mortos devem estar na casa dos 110 mil.

O estado mais afetado segue sendo São Paulo, com 402.048 infectados e 19.038 mortos. Mesmo com os altos números o governador João Doria (PSDB) segue com política de relaxamento das medidas de isolamento. Algo repetido por outras regiões.

 

*matéria publicada no site da RBA