MENU

CUT-RS planta árvores no 26º Grito dos Excluídos e homenageia vidas perdidas na pandemia

A atividade foi um gesto concreto em defesa da vida e integrou o 26º Grito dos Excluídos, que este ano tem como lema “Vida em Primeiro Lugar.

Publicado: 08 Setembro, 2020 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O céu encoberto, que ameaçava chuva a qualquer momento, não foi empecilho para acontecer um ato simbólico na manhã desta segunda-feira (7), Dia da Independência do Brasil.

A CUT-RS, federações e sindicatos, em conjunto com o MST e movimentos sociais, plantaram mudas árvores no Parque Pedro Antônio Maria, em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre, com o apoio da Prefeitura Municipal, simbolizando as vidas perdidas na pandemia do coronavírus no Rio Grande do Sul.

A atividade foi um gesto concreto em defesa da vida e integrou o 26º Grito dos Excluídos, que este ano tem como lema “Vida em Primeiro Lugar. Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação”. Essa mobilização é promovida anualmente desde 1994 pelas pastorais sociais da CNBB, com apoio de entidades sindicais e movimentos sociais.

Houve protestos contra a destruição do meio ambiente, os ataques aos direitos dos trabalhadores, a política genocida do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), a reforma administrativa para destruir os serviços públicos e a privatização de empresas estatais.

Também ocorreram manifestações e plantio de mudas em várias cidades gaúchas.

Em defesa da soberania nacional, gritamos Fora Bolsonaro

“Hoje é um dia especial para todos nós que lutamos por direitos e por democracia em um tempo de genocídio por parte dos governantes, especialmente do presidente da República que expõe o povo brasileiro à própria sorte. Não temos testagem para a população, carecemos de cuidados para as pequenas e médias empresas, que amargam prejuízos por conta da pandemia”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

Segundo ele, “há uma escalada de retirada de direitos e de entrega do patrimônio púbico para os interesses do grande capital, seja através de reformas ou da venda de estatais”, denunciou Amarildo ao fazer o plantio da primeira muda de Tibouchina granulosa, nome científico da árvore popularmente conhecida como Quaresmeira.

“Se eles destroem a natureza, nós defendemos a vida. Enquanto eles retiram direitos, nós defendemos a democracia. Enquanto eles demonstram descaso para com os mortos pela covid-19, nós plantamos árvores. E em defesa da soberania nacional, gritamos Fora Bolsonaro”, destacou Amarildo.

Houve o plantio pelos manifestantes de 14 mudas na calçada da Avenida Henrique Bier e dentro do parque. Elas foram doadas pelo MST e parte oriunda do viveiro municipal de São Leopoldo.

Política neoliberal esquece das pessoas

“Hoje recebemos 500 mudas para plantio no município. Vamos seguir plantando até o dia 21 de setembro, quando comemoramos o Dia da Árvore. A ideia é que cada muda represente uma das vidas perdidas na luta contra o vírus”, enfatizou Álvaro Delatorre, dirigente do MST, que lançou no ano passado uma campanha nacional de plantio de 100 milhões de árvores em todo o país.

“A política neoliberal esquece das pessoas e prioriza o consumo. O resultado está aí: dezenas de contaminados e um número alarmante de mortos pela covid-19. O governo se associou ao latifúndio, permitindo que o agronegócio, com o aval do Estado, promova todo e qualquer crime ambiental que desejar. Enquanto as pessoas morrem e a Amazônia segue em chamas, o Brasil vira piada aos olhos da comunidade internacional”, lamentou Delatorre.

O tarifaço e o novo calendário de retomada das aulas presenciais no Estado a partir desta terça-feira (8), anunciado pelo governador Eduardo Leite (PSDB), foi muito criticado, especialmente pelos professores que estiveram presentes.

Eduardo Leite não está comprometido em salvar vidas

Segundo a diretora executiva da CUT-RS e presidente do Ceprol Sindicato, Andreia Nunes, “o interesse de Eduardo Leite em reabrir as escolas é puramente econômico. Ele não está comprometido em salvar vidas.  Se ele estivesse preocupado com o bem-estar das famílias gaúchas, não criaria um calendário de volta às aulas no meio do pico da pandemia no Estado. Ele é imprudente e deverá ser responsabilizado por isso”, alertou.

Ao final da manifestação, o presidente da CUT-RS falou ao vivo na live promovida pela Coordenação Estadual do Grito, transmitida pela Rede Soberania e Brasil de Fato pelo Facebook, com publicação cruzada na página da CUT-RS.

A previsão das entidades sindicais é de que mais de 4 mil mudas sejam plantadas até o próximo dia 21.

*Matéria publicada no site do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Metalúrgica Mecânica e de Material Elétrico de São Leopoldo e Região (STIMMME SL)