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Delphi conclui aquisição na Argentina e aposta na reposição

Gábor Deák, presidente da Delphi na América do Sul: "O foco na reposição faz parte de um planejamento de longo prazo da companhia na região". É também uma alternativa às exportações

Publicado: 26 Maio, 2009 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A Delphi da América do Sul vai iniciar em setembro a comercialização de produtos eletrônicos para o mercado de reposição da região. A iniciativa é consequência da conclusão da compra do capital total de um fabricante argentino, do qual a Delphi já era sócia desde de 1999. Segundo o relatório financeiro da companhia, divulgado neste mês, nos Estados Unidos, a aquisição dos 30% do parceiro da Delphi movimentou cerca de US$ 35 milhões.

Os planos da fabricante de autopeças são de fornecer desde rádios até equipamentos de DVD e rastreadores de forma independente, já que até então as vendas destes produtos eram praticamente só para as montadoras, que equipavam os veículos zero quilômetro.

Em setembro, vai ocorrer o lançamento da linha de rádios automotivos que, de acordo com a empresa, fazem parte de uma categoria premium. Os outros aparelhos, como o DVD, ainda não tem cronograma definido.  Gábor Deák, presidente da companhia no continente, explicou ao Valor que todos os recursos foram originados na operação da Delphi na América do Sul.

"Há seis anos todos os investimentos são feitos desta forma", disse o executivo, ao informar que para a 2009 a previsão de investimentos é da ordem de US$ 40 milhões, enquanto que no ano passado foi de US$ 60 milhões. A conclusão da compra da participação do sócio argentino ocorreu no fim do ano passado. O nome da empresa, por questões contratuais, não foi revelado.

Segundo ele, os investimentos da Delphi neste ano tem sido no desenvolvimento de produtos. "Não vemos a necessidade, por enquanto, de mais adição de capacidade", acrescentou. Já o foco na reposição é uma das alternativas para compensar a perda de representatividade das exportações nos resultados da Delphi da América do Sul, que foi de 25% há dois anos e hoje estão em 15%. Além da divisão de reposição e da área de eletrônica, existem outras três unidades de negócio no continente: sinais elétricos, sistemas térmicos (ar-condicionado e arrecefedores) e gerenciamento de motores.

A divisão de Eletronic & Safety na Argentina, como já era chamada desde o início da parceria, conta com duas unidades, uma em Rio Grande, na região da Terra do Fogo, onde fica a produção, e outra em Buenos Aires, onde funcionam a parte administrativa e de desenvolvimento. No total, são 350 funcionários nas duas unidades.

Para Valdir de Souza, diretor comercial da divisão na América do Sul, a primeira meta da Delphi é ampliar a credibilidade no mundo eletrônico. Hoje, além dos rádios, a companhia fabrica aparelhos de GPS, componentes eletrônicos para motores, sensores de comando, entre outras aplicações. No entanto, a parte de entretenimento deverá centrar os esforços de ampliação.

"Nesta parte, o grande propósito é gerar maior integração com o ambiente exterior. Ou seja, integrar os nossos produtos com aparelhos de celular e Ipods, por exemplo", declarou Souza.

Segundo ele, a ideia da integração com o rádio também é uma estratégia para o rastreador e sistema anti-furto fabricados pela Delphi, apesar de a obrigatoriedade de ambos estar sendo questionada pelo Ministério Público Federal. Por outro lado, se o cronograma inicial do Departamento Nacional de Trânsito for mantido, 20% da frota terá de sair equipada com os dispositivos a partir de agosto.

Neste caso, a Delphi não pretende participar da primeira etapa, deixando para comercializar os dispositivos em conjunto com outras aplicações, como o rádio e o GPS. "Hoje, do jeito que está, é bastante limitado. Estamos compondo com o sistema de rádio, pois assim é possível diluir o custo e dar uma utilidade mais ampla ao equipamento", afirmou o executivo.

Fonte: Valor