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Dia Nacional da Alfabetização acende alerta para questão no país

Apesar dos números de analfabetos apresentarem queda, Brasil ainda tem 11 milhões de pessoas que não sabem ler ou escrever; erradicação do analfabetismo foi pauta prioritária durante o governo Lula

Publicado: 13 Novembro, 2020 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Pelo menos 11 milhões de brasileiros não saberiam o que fazer ao se deparar com um texto ou ao tentar assinar o seu nome. Atualmente, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) estima que o analfabetismo continuará sendo um desafio, apesar da queda nos números de pessoas nesta situação.

O dia 14 de novembro, marcado pelo Dia Nacional da Alfabetização, visa conscientizar a população sobre a importância da implantação de melhores condições de ensino e aprendizagem no país.

Muitos elementos podem acarretar neste cenário negativo que foi exposto pela pesquisa Pnad, a desigualdade é um deles. A estrutura das escolas pode mudar de um estado para outro, bem como de cidade para cidade. No que diz respeito aos estados, as regiões Sul e Sudeste têm as menores taxa de analfabetismo, 3,3% entre os que têm 15 anos ou mais. Na contramão, Norte e Nordeste aparecem com 7,6% e 13,8%, respectivamente.

A psicopedagoga e professora do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Karina de Souza Garcia, esclarece que um indivíduo alfabetizado é aquele consegue decodificar o que está escrito. Ela recorda, no entanto, que é preciso fazer com que aquela pessoa também compreenda o que lê, classificando-se, assim, como “letrado”.

Apesar de existirem avanços, é muito comum que os espaços de educação ainda tenham formas tradicionalistas de ensinar. Sobre isso, a psicopedagoga ressalta que “para aprender de forma saudável é necessário levar em consideração diversos fatores no contexto biopsicossocial do aluno”. A especialista afirma que existem vários métodos de alfabetização e cada indivíduo se encaixa melhor naquilo que o contempla.

Relembre ações do SMetal

Uma matéria do Diário de Sorocaba publicada em 1995, mostra que, naquele ano, o SMetal promoveu um acordo entre a Apex Tools (que na época se chamava Cooper Tools) e os metalúrgicos para alfabetização dos trabalhadores da empresa.

À época, a entidade que era presidida por Carlos Roberto de Gáspari, também propôs um processo de supletivo direcionado aos trabalhadores que não terminaram o ensino médio. A campanha tinha como objetivo profissionalizar e levar conhecimento de forma ampla aos funcionários da fábrica.

Além disso, outras ações já foram empenhadas pelo SMetal, como recorda Karina de Souza Garcia. O “Programa Integrar”, realizado no final dos anos 1990, por exemplo, foi uma iniciativa conjunta entre Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), CUT e o Sindicato em que dezenas de trabalhadores adultos que não haviam concluído o Ensino Fundamental e encontravam-se desempregados, ou em vias de desemprego, foram requalificados profissionalmente e obtiveram a certificação do Ensino Fundamental gratuitamente.

“Vemos a alfabetização, profissionalização e ensino como uma forma de amplificar o modo de ver a vida. Sempre pensamos em expandir os horizontes dos trabalhadores”, comenta o presidente do Sindicato, Leandro Soares.

No decorrer dos últimos 20 anos, o Sindicato já capacitou para o trabalho mais de 10 mil trabalhadores jovens e adultos em seus cursos profissionalizantes, de redação, de matemática básica e informática. Atualmente, estes cursos encontram-se suspensos devido a pandemia da Covid-19.

*matéria publicada no site do Smetal