MENU

Metalúrgicos fazem encontro internacional de redes da Tenaris, Ternium e Usiminas

Publicado: 20 Novembro, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Trabalhadores das três empresas Trabalhadores das três empresas
Trabalhadores das três empresas se reuniram para discutir suas atuações nas multinacionais 

Começou nesta quarta-feira (19) o Encontro Internacional de Redes da Tenaris, Ternium e Usiminas. O evento, que se estende até sexta-feira (21), tem o objetivo de discutir as práticas comuns nas multinacionais, além de fortalecer o diálogo internacional com trabalhadores de todo mundo. O encontro está sendo realizado no Sindicato dos Metalúrgicos de Vespasiano (MG).

O evento é organizado pela IndustriALL Global Union (federação internacional que representa os trabalhadores metalúrgicos, químicos e têxteis em todo o mundo), com o apoio da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT). Estão participando do encontro trabalhadores da Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Guatemala, Itália, Japão, México e Romênia. 

Na abertura do encontro, o secretário geral e de Relações Internacionais da CNM/CUT, João Cayres, destacou a importância da construção e consolidação de redes sindicais para o fortalecimento dos Acordos Marco Globais (AMGs). “Os Acordos são frutos de intensa luta das redes sindicais e já são realidade em diversas multinacionais. Com os AMGs, as empresas normatizam códigos de conduta global com foco na responsabilidade social. Ou seja, são padrões mínimos de condições e as relações de trabalho exigidos na Organização Internacional de Trabalho (OIT) e no relatório dos direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas)”, explicou.

Este foi o primeiro encontro que reúne trabalhadores nas três empresas do grupo. Nele, foi discutida a situação atual da categoria nos países em que o grupo multinacional tem planta. O secretário da Juventude da Federação dos Metalúrgicos da CUT São Paulo (FEM-SP), Luciano da Silva, se mostrou impressionado com as condições de trabalho dos colombianos. “Os trabalhadores na Tenaris sofrem três vezes mais lá do que no Brasil, por causa da legislação. Na Colômbia, a Constituição não permite o direito de greve e a convenção coletiva não existe. Além disso, a fábrica fica longe da cidade e os funcionários não têm direito ao vale transporte”, contou. 

Crédito: Divulgação
João Cayres destacouJoão Cayres destacou
João Cayres destacou a importância das redes para fortalecer os Acordos Marco Globais


No primeiro dia, o economista Marcelo Figueiredo da Subseção do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicos (Dieese) da Federação dos Metalúrgicos da CUT de Minas Gerais, fez uma análise de conjuntura política e econômica no mundo e no Brasil, além de trazer dados da produção mundial de aço. De acordo com o estudo, o país foi o maior produtor de aço da América Latina em 2013. O Estado de Minas Gerais responde por mais de um terço da produção nacional, com 11,5 dos 34,2 milhões de toneladas do aço que o país produziu.

Para Fernando Lopes, secretário geral adjunto da IndustriALL, a interação com outros sindicatos e trabalhadores de outras partes do mundo é importante para sempre reativar a solidariedade internacional. "A organização em redes é uma das cinco prioridades da IndustriALL. O trabalho realizado durante estes três dias faz parte do processo da construção do diálogo entre os trabalhadores das diferentes plantas das mesmas empresas. Essa relação precisa estar cada vez mais consolidada para que possamos ter trabalho e direitos iguais",  disse.

Os participantes também debateram a saúde e seguranças dos trabalhadores, liberdade sindical, negociação coletiva, trabalho precário, responsabilidade social e formação. Nesta quinta-feira (20), os trabalhadores foram divididos em grupos da mesma empresa para aprofundar as discussões e trocar informações.

O desafio do diálogo social
Embora o diálogo social esteja bem mais próximo do dia a dia em redes sindicais em empresas multinacionais, nem todas as redes são reconhecidas pelas empresas. As condições de trabalho, a igualdade de salários e benefícios e maior transparência na troca de informações entre as plantas também são desafios permanentes em diferentes empresas instaladas no Brasil. Foi o que constatou representantes de 11 redes de trabalhadores (as) no seminário “Redes e os desafios para a construção de um sindicalismo global”. O encontro, realizado nesta terça-feira, marcou o encerramento das atividades do projeto Promoção dos Direitos Trabalhistas na América Latina, que aconteceu entre os dias 17 e 18 de novembro, em São Paulo.

A atividade foi gerida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Instituto Observatório Social, pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) e pela Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ/CUT), e apoiado pelo centro de formação DGB Bildungswerk (DGB BW).

O encontro teve o objetivo de fortalecer o encontro de redes sindicais em multinacionais alemãs atuantes no Brasil. Participam da atividade cerca de 100 trabalhadores (as) em empresas multinacionais do ramo metalúrgico (Thyssenkrupp, Weg, Leoni, Vallourec e Stihl) e do ramo químico (Knauf, Braskem, Linde, CBC, Leoni, Shott e Henkel), além de representantes de organizações internacionais ligadas ao mundo do trabalho e coordenadores de redes sindicais na Alemanha.

O encontro foi o finalizado com o lançamento de uma publicação (confira aqui) que traz um resgate histórico das três décadas de cooperação, comemoradas entre CUT e a central sindical alemã DGB em 2014. 

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT, com informações do Instituto Observatório Social)