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Entidades internacionais publicam chamado de solidariedade ao The Intercept

Publicado: 05 Agosto, 2019 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

As principais organizações internacionais e nacionais de defesa da liberdade de expressão publicaram nesta quarta-feira (31) um chamado de apoio aos jornalistas do The Intercept Brasil, em especial contra Glenn Greenwald, cofundador do site, ameaçado de prisão por Jair Bolsonaro (PSL), que fez uma piada dizendo que ele "pode pegar cana no Brasil".

O veículo se tornou vítima de ataques do governo e alguns dos seus aliados depois que iniciou a publicação de série de reportagens baseadas em conversas que o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, trocaram por meio do aplicativo Telegram.

Os diálogos indicam os dois trocavam informações sobre ações da Lava Jato e mostram Moro interferindo na atuação da Procuradoria. Eles falam sobre uma resposta ao ‘showzinho’ da defesa de Lula, que havia prestado depoimento; de dúvidas de Deltan a respeito da solidez das provas que sustentaram a primeira denúncia contra o ex-presidente Lula no caso do tríplex do Guarujá e até desempenho ruim de uma procuradora durante os depoimentos.

Acuado, Moro, que agora é ministro da Justiça de Bolsonaro, editou a Portaria nº 666, que dispõe sobre a deportação sumária de “pessoa perigosa ou que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal”. Questionado se a portaria era para deportar Glenn, ele negou e se recolheu.

Para as entidades que assinam o documento, “o caso do The Intercept Brasil é simbólico e sintomático das dificuldades encontradas pela imprensa que investiga temas sensíveis no país, onde campanhas de intimidação e perseguição contra jornalistas se tornaram frequentes”.

Os ataques contra o The Intercept, em especial contra Glenn, constituem em graves ameaças para a liberdade de informação e imprensa, que são os pilares da democracia e transcendem diferenças políticas e devem ser protegidas a todo custo, diz trecho do documento.

(Fonte: Redação CUT)