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Ford, Nissan e Audi já superaram metas de eficiência energética

Publicado: 30 Maio, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Ford, Nissan e Audi foram as primeiras fabricantes de veículos a encarar a medição antecipada de eficiência energética para obter desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI, conforme prevê o Inovar-Auto, e desde janeiro passado já abatem um ponto porcentual do tributo de todos os modelos que vendem no País. As empresas aferiram consumo de combustível e emissões antes de outubro de 2016, a primeira oportunidade prevista pelo programa para antecipar o benefício – a segunda é até 1º de outubro deste ano, já que o regime automotivo termina no fim de 2017. As montadoras fizeram a medição antes porque tinham bons resultados para mostrar: na média de todos os carros que vendem, as três reduziram o consumo em no mínimo 15% na comparação com os números mensurados em 2012.

O resultado rendeu desconto de um ponto porcentual no IPI para as três companhias até 2020, desde que sejam feitas medições anuais para garantir que elas se mantenham dentro do bom patamar de consumo. A melhoria mínima imposta pelo Inovar-Auto é de 12% (média de 1,82 MJ/km considerando o peso médio da frota brasileiro de veículos leves, de 1,21 tonelada). Este índice não garante qualquer incentivo adicional às empresas, apenas a isenção de multas por carro vendido acima da meta de consumo. Só recebem desconto as montadoras que melhoram o consumo em 15% ou mais, como a Ford, a Nissan e a Audi. A meta mais desafiadora, no entanto, é a redução de 18,8% (média 1,64 MJ/km), que garante desconto de dois pontos no IPI.

O Inovar-Auto foi desenhado para estimular o desenvolvimento da indústria automotiva brasileira além, claro, de restringir o mercado para importadores de veículos, colocando certa pressão para a instalação de fábricas locais. Enquanto é questionável que alguns objetivos do programa tenham sido alcançados – como o adensamento da cadeia produtiva, que inclui a produção de autopeças – a melhoria da eficiência energética dos carros vendidos no Brasil é uma das grandes conquistas. Pela legislação, as montadoras que não cumprirem o acordo de elevar a eficiência pagarão multas pesadas, que podem chegar a R$ 8 mil por veículo emplacado.

Carros mais eficientes com bom volume de vendas
A Ford, a Nissan e a Audi buscaram redução adicional no IPI para melhorar a competitividade de suas operações locais. Ao fazer a medição ainda em 2016, as montadoras começaram a usufruir do benefício já em 2017, antes das empresas que deixaram para passar pela auditoria apenas este ano e, portanto, só receberão o desconto (ou multas) a partir de 2018. A receita das três marcas para conquistar a isenção da alíquota foi a mesma: equipar seus carros de maior volume de vendas com tecnologia para diminuir o consumo de combustível.

Na Audi este esforço começou com a produção nacional do A3 Sedan e do SUV Q3. Em 2013 estes modelos eram responsáveis por 40% das vendas de carros da marca no Brasil, participação que subiu para 70% em 2016, segundo o diretor de relações governamentais Roberto Braun. Os modelos são equipados com motores eficientes 1.4 flex, de 150 cv, e 2.0 a gasolina, que oferece até 220 cv, com turboalimentação e injeção direta de combustível. Além disso, todos vêm de série com recursos como start-stop, que desliga o motor em pequenas paradas no trânsito para reduzir o consumo de combustível, e monitoramento da pressão dos pneus, recurso que tem o mesmo propósito: cortar o gasto energético.

O Inovar-Auto prevê bônus para carros equipados de série com tecnologias como estas, que garantem redução no consumo e nas emissões especialmente no uso urbano do anda-e-para das cidades, o que não pode ser detectado em ciclo normal de testes. Assim, os recursos rendem desconto em megajoules por quilômetros nos números aferidos. O outro pilar em que a Audi se apoiou para superar os 15% de redução no consumo de combustível foi o lançamento do novo A4, em abril de 2016. O modelo, destaca Braun, reduziu em 22% o consumo de combustível na comparação com a geração anterior.

O Ka praticamente garantiu sozinho a superação da meta para a Ford. O modelo lançado em 2014 é equipado com o eficiente motor 1.0 de três cilindros bicombustível de até 85 cv e conta com direção elétrica de série, que puxa o resultado ainda mais para baixo. As medições do programa de etiquetagem veicular do Inmetro feitas em 2016 indicam que o Ka SE tem consumo de apenas 1,49 MJ/km, resultado bem inferior ao mínimo necessário (em torno de 1,60 MJ/km considerando o peso de 1.020 kg do Ka) para a empresa convergir para a meta de eficiência energética do Inovar-Auto. O número bastaria, inclusive, para a companhia alcançar o desconto de dois pontos porcentuais no IPI. Isso, claro, se este fosse o único modelo da marca à venda no Brasil. Outros carros puxaram a medida para cima.

De qualquer forma, a eficiência do Ka combinada ao seu bom volume de vendas garantiu a boa média de consumo de combustível da frota da Ford emplacada no País. O modelo foi o terceiro carro mais vendido do Brasil em 2016, com 76,6 mil unidades, volume que equivale a 42% do total emplacado no ano pela fabricante.

Mesmo com números de vendas mais tímidos, a Nissan conquistou o desconto adicional de um ponto no IPI com o March e o Versa, que chegam ao mercado com opções 1.0 de três cilindros e 1.6 de quatro cilindros. Juntos, os dois carros somaram 40,1 mil emplacamentos em 2016, volume que equivale a mais de 60% do total vendido pela Nissan no Brasil.

(Fonte: Automotive Business)