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IndustriALL Global Union pede para Ford reconsiderar decisão e envolver sindicatos para discutir alternativas

Em carta escrita para o presidente da multinacional, secretário-geral da entidade em Genebra, Valter Sanches disse que ao manter tal posição, a reputação da marca será mortalmente ferida em um mercado importante como o Brasil

Publicado: 14 Janeiro, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Valter SanchesValter Sanches
Valter Sanches

Reconsiderar a decisão do fechamento da Ford no Brasil e envolver os sindicatos para discutir saídas para a multinacional permanecer no país para preservar empregos e economia foi um dos pedidos escrito na carta enviada pelo Secretário-Geral da IndustriALL Global Union, Valter Sanches, para o Presidente e CEO da Ford Motor Company, Mr. James D. Farley, nesta quinta-feira (14).

O dirigente, que falou em nome de mais de cinquenta milhões de trabalhadores nos setores de mineração, energia e manufatura em todo o mundo, incluindo trabalhadores da Ford em muitos países que a Industriall representa, disse que escreveu a carta para expressar a indignação com a extrema decisão de deixar o Brasil após 102 anos de história de fabricação e vendas no país, com o fechamento das três fábricas restantes e levando a demissão de 5.000 trabalhadores, o que afetará cerca de 70.000 empregos adicionais no país.

Sanches ressalta que com tal decisão, a empresa mostra total falta de comprometimento com os trabalhadores que contribuíram ao seu sucesso por décadas, bem como não pagar os enormes incentivos que passaram de vinte bilhões de reais nos últimos 20 anos.

“Ao manter tal posição, a reputação da marca será mortalmente ferido em um mercado importante como o Brasil”, afirma o secretário-geral da Industriall Global Union no texto.

Este anúncio repentino e unilateral foi um golpe devastador para os trabalhadores, suas famílias e seus comunidades, não só pelo conteúdo péssimo, mas também pela forma como foi feito: em nenhum discussão anterior com sindicatos representativos ou governos locais e no meio de uma pandemia onde todos já sofrem enormes pressões sociais, aponta o dirigente na carta.

Gostaria de lembrar que tal comportamento é uma violação flagrante da Estrutura Internacional, acordo que a Ford assinou conosco desde 25 de abril de 2012, no qual assegurava cooperação e equilíbrio justo entre os interesses comerciais da empresa e os dos trabalhadores.

 “Apelo à Ford para reconsiderar esta decisão e imediatamente se envolver com os respectivos sindicatos discutir conjuntamente alternativas viáveis ​​para a permanência das unidades produtivas e dos empregos em Taubaté, Camaçari e Horizonte, além das cadeias produtivas”, finaliza o dirigente na carta.

 

Leia a carta na íntegra