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Kia confirma construção de fábrica no Brasil

Publicado: 09 Abril, 2013 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O presidente do Grupo Gandini e representante da Kia Motors no Brasil, José Luiz Gandini, não tem mais dúvidas de que os carros da marca coreana serão fabricados o quanto antes no país. Durante apresentação do novo Cerato à imprensa no domingo (7), o executivo anunciou: “Vamos ter uma fábrica da Kia no Brasil. Por mim ela já tinha sido construída há muito tempo, mas ainda não sabemos quando será feita por indefinição do Grupo Hyundai-Kia. A decisão deverá ser tomada ainda este ano.”

Segundo Gandini, se o Grupo Hyundai-Kia não apostar no negócio, uma joint venture poderá ser criada para a fabricação dos modelos ou mesmo o próprio Grupo Gandini investirá na nova planta. “Só preciso da autorização. Se eles não investirem, já tenho condições de construir sozinho”. E se este for o caso, Gandini tem até o Estado escolhido para a nova planta: São Paulo, onde há anos mantém um terreno em Salto preparado para o empreendimento. “Como empresário, eu gostaria muito que fosse São Paulo por causa da concentração de grandes fornecedores de peças e de centros logísticos. Só mudaria de opinião se os benefícios fiscais de outro Estado fossem muito mais atrativos para compensar a diferença de competitividade.”

Desde 1998, quando foi convidado para ser sócio de uma planta do grupo na Ásia, Gandini começou a idealizar o plano de ter uma fábrica no Brasil, que na época foi por água abaixo – a empresa passou por reestruturação até que a Hyundai, em 1999, assumiu as operações e mais para frente decidiu montar fábrica no Brasil com o Grupo Caoa, em Anápolis (GO) - e bem mais recentemente a sua própria em Piracicaba (SP), onde atualmente é montada a família HB20.

Hoje, o desejo tornou-se crucial. Em 2012, a Kia viu suas vendas despencarem, com recuo de 46% sobre 2011, por causa do aumento de 30 pontos no IPI de veículos importados de fora do Mercosul ou do México. Enquanto em 2010 vendia mais de 54 mil veículos por ano e em 2011, 77 mil, em 2012 o volume caiu para 41 mil.

E com a regulamentação do Inovar-Auto, a situação da Kia Motors do Brasil, que há 20 anos vende carros no País, de nada melhorou. Pelo contrário. Gandini se queixa das medidas do novo programa automotivo, que regulamenta aos importadores oficiais sem fábrica no Brasil o teto máximo de 4,8 mil unidades por ano sem pagar a sobretaxação de 30 pontos porcentuais no IPI.

“A Kia Motors, que tem média de emplacamentos dos últimos três anos de 51,9 mil unidades, 172 concessionárias e emprega mais de 8 mil trabalhadores, foi a maior prejudicada do programa. Ao instituir a cota para importados sem os 30 pontos adicionais de IPI, o governo utilizou a maneira mais lógica, a média de vendas dos últimos três anos, mas equivocou-se totalmente ao limitar as cotas ao teto máximo de 4,8 mil unidades por ano. Fere a livre concorrência. Joga no lixo todo o esforço da Kia Motors em 20 anos de trabalho e os R$ 2,1 bilhões em impostos recolhidos somente em 2011. O decreto nivelou por baixo, como se fôssemos uma importadora de uma loja só”, declarou o executivo durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro.

Com a fábrica no papel, a Kia optou por não se habilitar ao Inovar-Auto, com validade de 2013 a 2017. O presidente chegou a declarar que tem condições de atender as metas de eficiência energética do programa, já que a companhia tem motores modernos que equipam os carros das marcas Kia e Hyundai, como o que está no HB20. “Mas só com o comprometimento da matriz em atingir as metas e, sobretudo, com a definição da fábrica brasileira, é que poderemos nos posicionar diante do novo regime”.

(Fonte: Camila Franco - Automotive Business)