MENU

Metalúrgicos discutem Indústria 4.0 e afirmam que reforma trabalhista de Bolsonaro é vilã para empregos

Além dos ataques do próprio Congresso Nacional e dos impactos da péssima conjuntura econômica que o país vive, devido a uma agenda neoliberal do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo a categoria, é preciso lutar para garantir direitos e contra as ameaças do governo

Publicado: 12 Agosto, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Print da atividadePrint da atividade
Print da atividade

Os desafios dos metalúrgicos e metalúrgicas para garantir direitos e trabalho decente em um cenário de transformação no mundo do trabalho foram debatidos em destaque na 3ª Pré-Plenária da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), mas a categoria afirma que a reforma trabalhista de Jair Bolsonaro (ex-PSL) vai ser a maior vilã neste momento para os empregos. 

Metalúrgicos e Metalúrgicas dos mais diversos segmentos (automotivo, bens de capital, naval, siderúrgico, eletroeletrônico, aeroespacial) debateram, on-line, no último 29 de julho, os desafios da “Indústria e as Perspectivas frente à Tecnologia 4.0” e apontaram seus principais desafios e conquistas, cada um com sua especificidade, e que servirão como subsídios para a Plenária Nacional, em outubro.

Os representantes da categoria das cinco Regiões do país afirmaram que a revolução tecnológica não atinge todo mundo igualmente. Tem segmentos que já vivem a realidade, e lutam para incluir cláusulas sobre o tema nas negociações coletivas, outros não conseguem ainda perceber que isso pode impactar sua realidade, e ainda tem trabalhadores que já lutam por melhores condições de trabalho devido a Indústria 4.0 há mais de 10 anos.

Os impactos da Indústria 4.0, definida pelo Professor Dro. e Titular do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mario Sergio Salerno, como “a conexão entre os equipamentos tecnológicos e sensores que conseguem gerar dados poderosos e precisos”.

“Estamos preocupados com relação à substituição da mão de obra por robôs. Os debates são importantes pra gente não ser atropelado pelos impactos negativos, sem ter feito as negociações devidas com as empresas. O futuro depende de um processo amplo de discussão com os sindicatos e suas lutas para fazer uma indústria 4.0 a serviço dos trabalhadores. As máquinas têm que se adaptar ao ser humano não ao contrário. O sindicato não pode ficar somente olhando, tem que intervir”, disse o dirigente da Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais, Marco Antônio.

Maiores desafios com Bolsonaro e reforma trabalhista

Que a Indústria 4.0 precisa ser discutida, é fato para os metalúrgicos e metalúrgicas da CUT, mas a categoria alerta, em vários depoimentos dos representantes da categoria pelo país, que a reforma Trabalhista de Bolsonaro é uma vilã para geração de trabalho decente e com direitos.

 Além dos ataques do próprio Congresso Nacional e dos impactos da péssima conjuntura econômica que o país vive, devido a uma agenda neoliberal do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo a categoria, é preciso lutar para garantir direitos e contra as ameaças do governo. 

“Precisamos estar atentos ao ataques contra a categoria, lutar incansavelmente pelos direitos, dialogar com a base e denunciar que este governo quer piorar mais ainda a reforma trabalhista, que prejudica ainda mais a classe trabalhadora, tanto no parlamento quanto no cotidiano das ações sindicais”, afirmou o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, o Paulão.

A Supervisora Técnica do Dieese em Pernambuco, Jackeline Natal, disse que para resistir e dar passos para mudar o rumo do país é “essencial que a categoria se organize em local de trabalho, discuta programas de renda básica universal para todos os cidadãos e cidadãs, garanta recursos para investimento em novas tecnologias e inovação, pense na saúde do trabalhador, no contexto de desmonte das normas regulamentações do trabalho, e faça pesquisas e formações para conhecer melhor esse momento”.

Veja o relatório completo da atividade aqui