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Metalúrgicos do ABC rejeitam proposta e aprovam entrega do aviso de greve

Publicado: 05 Outubro, 2018 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra (SMABC)
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Em assembleia geral realizada nesta quarta-feira (3), no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a categoria aprovou a entrega do aviso de greve para os grupos patronais e rejeitou a proposta econômica do setor – reposição da inflação medida pelo INPC no período, de 3,64%.

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, criticou a posição dos patrões e ressaltou a necessidade de luta para avançar na campanha salarial. “O resultado prático da 'reforma' trabalhista é a arrogância dos patrões na mesa de negociação".

"O nosso posicionamento é pela reposição da inflação, aumento real e, além disso, pela garantia da manutenção das cláusulas sociais, que são extremamente importantes neste momento para garantir direitos”, afirma.

O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP), Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, explicou que a entidade não assina acordo sem aumento real. "Já dissemos que apenas a inflação não é suficiente para atender o desejo dos metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo. Nós vamos enfrentar e não vamos perder direitos”.

“Desde a aprovação da pauta da Campanha Salarial, alertávamos que este ano, em função de reforma Trabalhista que retira uma série de direitos, teríamos muita dificuldade com as cláusulas sociais porque o empresariado se acha no direito de retirar tudo o que conquistamos”, ressalta.

Entre as cláusulas que os patrões querem mexer estão a estabilidade ao trabalhador com doença ocupacional ou vítima de acidente de trabalho, reduzir a licença-maternidade, mudar o pagamento do dia 5 para o quinto dia útil do mês, acabar com o complemento até 120 dias de quem se afasta por mais de 15 dias.

“A ideia é que a gente tente chegar a um acordo que tenha uma duração de dois anos no aspecto das cláusulas sociais”, acrescentou Luisão.

Segundo a secretária das Mulheres da FEM-CUT/SP, Andrea Sousa, os setores patronais já estão negociando as convenções coletivas com base nas novas leis trabalhistas para atender aos interesses das empresas. ”Engana-se aquele trabalhador que achar que a reforma trabalhista não vai acontecer. Por isso, precisamos de união na luta para combater o retrocesso”, adverte.

Eleições

O coordenador do Comitê Sindical dos Trabalhadores da Mercedes-Benz, Max Pinho, alerta que, assim como o setor patronal mobiliza-se pela eleição de parlamentares que estejam alinhados aos seus interesses - a maior bancada do Congresso que ajudou a aprovar a reforma Trabalhista é a empresarial - os trabalhadores também precisam nestas eleições buscar representantes que defendam a pauta da classe trabalhadora.

“Eles (patrões) fazem campanha, investem muito também nos candidatos para representar eles lá no Congresso, porque é lá que eles vão conseguir mudar a lei e retirar direitos dos trabalhadores”, afirma Pinho.

(Fonte: Redação CUT)

 

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