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Metalúrgicos do G2, G3, G8.3 e Fundição conquistam acordo em Sorocaba e Região

Propostas foram aprovadas em Assembleia Eletrônica aberta a todos os trabalhadores da base do SMetal, entre os dias 28 e 30 de setembro; acordo prevê manutenção das cláusulas sociais e 2,94% de reajuste salarial

Publicado: 30 Setembro, 2020 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Os trabalhadores metalúrgicos de Sorocaba e Região aprovaram, em assembleia eletrônica, as propostas da Campanha Salarial 2020 negociadas pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM/CUT-SP) e pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal). Na votação, que aconteceu à distância pela plataforma eletrônica desenvolvida pelo SMetal, os trabalhadores tiveram que votar dois itens.

Na primeira votação, foram aprovadas as propostas do Grupo 3 (autopeças, peças, parafusos e forjarias) e Grupo 8.3 - composto pelo Sinafer (ferros, metais e ferramentas), Siamfesp (artefatos de metais não ferrosos) e Simefre (equipamentos ferroviários e rodoviários) -, que preveem reajuste salarial de 2,94% (inflação da data-base) e renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Do total de 1094 votantes, 892 (81,54%) foram favoráveis, 149 (13,62%) contrários e 53 (4,84%) se abstiveram.

No segundo item da votação eletrônica, que foi aprovado com 864 (78,98%) votos a favor, 141 (12,89%) contrários e 89 (8,14%) abstenções, os metalúrgicos de Sorocaba e Região deliberaram que, se outros grupos patronais e/ou empresa chegassem à mesma proposta do G3 e G8.3, fica autorizado que a Federação e o SMetal firmem acordos, como aconteceu com grupos Fundição e G2 (máquinas, equipamentos elétricos e eletroeletrônicos).

A assembleia eletrônica ficou disponível para votação por 48 horas, das 16h de segunda-feira, dia 28, até às 16h desta quarta, 30. Durante esse período, o G2 e a Fundição procuraram a Federação e apresentaram a proposta de 2,94% de reajuste salarial e renovação das cláusulas sociais.

“Agora, as empresas e grupos patronais que insistirem em não apresentar uma proposta que atenda a essa reivindicação dos trabalhadores e trabalhadoras da categoria, iremos protocolar aviso de greve para pressionar os patrões que negociem com a Federação e o Sindicato, conforme deliberado na assembleia”, enfatiza o presidente do SMetal, Leandro Soares.

No grupo 10, que é formado predominantemente por pequenas e micro empresas e não assinam Convenção Coletiva há quatro anos, o Sindicato está negociando por fábrica. Até às 16h desta quarta-feira, dia 30, haviam 32 acordos firmados entre o SMetal e fábricas do G10. Já o Sindicel (condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos) teve o acordo firmado na data-base anterior, vigente por dois anos.

Segundo o secretário de finanças da FEM/CUT-SP e diretor do SMetal, Adilson Faustino (Carpinha), desde o começo das negociações da data-base 2020, foram realizadas mais de 50 reuniões virtuais entre a Federação, Sindicato e os Grupos Patronais. “Enquanto os patrões defendiam que não haveria nenhuma proposta de reajuste para este ano, os representantes dos trabalhadores insistiram e chegaram à proposta de reajuste nos salários e manutenção das cláusulas sociais da CCT”, ressalta.

Processo de negociação

Leandro Soares, presidente do SMetal, relembra o cenário econômico e político extremamente difíceis no qual vêm ocorrendo as negociações dos últimos anos. “Primeiro veio a Reforma Trabalhista, com precarização do trabalho e ataques ao movimento sindical. Depois a Carteira Verde Amarela, no qual o governo Bolsonaro tenta a todo custo tirar os direitos duramente conquistados. E agora a pandemia da Covid-19, juntamente com a falta de políticas para o enfrentamento à crise causada pelo atual desgoverno, afeta diretamente o emprego, a saúde e a renda dos trabalhadores brasileiros”.

De acordo com Leandro, mesmo diante desse cenário extremamente desfavorável, o Sindicato e a Federação não mediram esforços para garantir a manutenção dos direitos, estabilidade no emprego e uma renda digna aos metalúrgicos. “Lógico que a questão econômica é importante, mas garantir a manutenção das cláusulas sociais, como a da estabilidade pré-aposentadoria, adicional noturno e licença gestante maiores que previsto na Lei e tantos outros direitos é uma grande vitória para os trabalhadores”.

PPR e Estabilidade no emprego

Para garantir a manutenção da renda e dos empregos na categoria durante a pandemia, o Sindicato realizou negociações de data-base com reajuste 0% em algumas empresas. Mas, em contrapartida, os trabalhadores conquistaram estabilidade no emprego e o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) de 2020.

Nestes casos, Leandro explica que fica mantido o acordo coletivo firmado entre o SMetal e a fábrica e garantida a manutenção das cláusulas sociais. “Desde começo da pandemia, assumimos o compromisso de defender a saúde, o emprego e os direitos dos metalúrgicos e continuamos com esse objetivo, minimizar os impactos da crise na vida dos trabalhadores”, conclui.

*matéria publicada no site do sindicato