No mês da Mulher, sindicalistas avaliam avanços e desafios das trabalhadoras
O Portal dos Metalúrgicos ouviu mulheres dirigentes da CNM/CUT e das estruturas da CUT sobre as principais conquistas e o que precisa ser feito para conseguir a igualdade de gênero.
Publicado: 08 Março, 2013 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
As sindicalistas envolvidas com as lutas das/os metalúrgicas/os e das/os trabalhadoras/es pontuam suas opiniões sobre o que consideram a maior conquista das mulheres brasileiras e qual ainda é o maior desafio a ser enfrentado para ampliar os direitos e a igualdade de gênero.
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ROSANE SILVA, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT
Para uma análise geral da situação das trabalhadoras, o Portal dos Metalúrgicos reproduz a entrevista com Rosane Silva, divulgada no site da Central (veja aqui).
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MARLI MELO, secretaria da Mulher da CNM/CUT
Maior conquista: a ampliação de espaços no movimento sindical, com as cotas e, a partir de agora, a paridade nos cargos de decisão em sindicatos, confederações etc. Essa conquista foi fundamental para que a mulher opine, ouça e seja fundamental nas decisões das entidades sobre o seu papel e a sua participação.
Maior desafio: a inserção no mercado de trabalho, com igualdade de oportunidades e com o combate ao preconceito, à discriminação e ao assédio contra as mulheres que comece no ambiente de trabalho e se estenda à sociedade como um todo.
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BENEDITA ODETE GOMES FIGUEIREDO, presidente da CUT Amapá
Maior conquista: na nossa região, principalmente, foi conseguir avançar no movimento sindical com as cotas nas direções das entidades. Homens e mulheres são capazes, mas a oportunidade é o grande diferencial. Assim, a política de cotas é um passo muito importante para as mulheres participarem da vida sindical, tradicionalmente um ambiente predominantemente masculino.
Maior desafio: fazer com que as mulheres entendam seu papel na sociedade, combatendo até mesmo o machismo delas próprias para que se reconheçam como parte importante da sociedade.
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CHRISTIANE APARECIDA DOS SANTOS, secretaria da Igualdade Racial da CNM/CUT
Maior conquista: a eleição da presidenta Dilma, pois existem poucas mulheres no espaço político no Brasil e ter uma mulher no mais alto cargo da Nação ajuda dar visibilidade às questões relativas a gênero.
Maior desafio: lutar pelos 180 dias de licença maternidade. Em Pouso Alegre (MG), apenas uma empresa metalúrgica dá os 180 dias e a maior parte da categoria é formada por mulheres.
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MARIA ADRIANA OLIVEIRA, presidenta da CUT/MA
Maior conquista: no caso das trabalhadoras, a conquista da paridade entre gêneros nos cargos de direção do movimento sindical, debate iniciado no interior da CUT e que agora chega a outras instâncias, como a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) , que aprovou a paridade nesta quinta-feira (7) em seu congresso. A paridade vai além do número de mulheres nas direções, mas representa um avanço na luta por igualdade e respeito às trabalhadoras.
Maior desafio: ainda a violência contra as mulheres, que continuam sendo vítimas de estupro, de assassinato e espancamento. Embora as estatísticas apresentem redução, estamos longe de inibir a violência, porque temos de superar toda a cultura secular de dominação dos homens, que não estão educados para ver a mulher como igual. A edcucação é fundamental para isso, para que as novas gerações mudem esta cultura.
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SHIRLEY APARECIDA CRUZ, diretora da CNM/CUT
Maior conquista: sem dúvida foi eleger uma mulher para a presidência do país e, a partir deste fato histórico, ter várias ministras no governo e em cargos chave do governo e nas estatais.
Maior desafio: conseguir ter um salário equivalente ao dos homens para uma mesma profissão e função.
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BEATRIZ CERQUEIRA, presidenta da CUT/MG
Maior conquista: ter conquistado o mais importante espaço de poder do Brasil, com a eleição de Dilma Rousseff para a presidência da República, cargo sempre ocupado por homens. Do ponto de vista cultural e social, a vitória de Dilma nos fez superar preconceitos históricos.
Maior desafio: conseguir superar a violência contra as mulheres. Por mais que se façam campanhas e aperfeiçoem leis, a violência contra a mulher ainda persiste em todas as suas formas: física, psicológica, moral.
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MARIA FERREIRA LOPES, diretora da CNM/CUT
Maior conquista: foi trabalhar em cargos antes só ocupados por homens na administração/direção de empresas, saindo da condição restrita de funções de secretárias ou administrativas.
Maior desafio: conquistar salários iguais aos dos homens, o respeito e a igualdade de oportunidade no trabalho.
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MICHELE SILVA MARQUES, diretora da CNM/CUT
Maior conquista: mais igualdade e oportunidade para concorrer a cargos. Hoje não é mais tão restritivo como antes e as mulheres podem chefiar empresas. Também considero como avanço a possibilidade concreta de buscar de melhores cargos e melhores remunerações.
Maior desafio: conciliar as tarefas do trabalho com as tarefas do lar, a dupla jornada. A mulher não deixa de ser mãe, precisa administrar o seu tempo e se desdobrar para dar conta de sua vida profissional e seus afazeres domésticos.
(Fonte: Solange do Espírito Santo e Yolanda Moretto - assessoria de imprensa da CNM/CUT)