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Novo presidente da Novelis assume com missão de criar novos mercados no Brasil

Publicado: 14 Outubro, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Oriunda de uma cisão da divisão de produtos transformados de alumínio da antiga multinacional canadense Alcan em 2005, a Novelis nomeou um novo presidente para subsidiária da América do Sul com a missão de implementar seu plano estratégico traçado para até 2020.

No cargo há pouco mais de um mês, Marco Antônio Palmieri, engenheiro metalurgista formado pela Universidade de Ouro Preto (MG), com sua carreira toda construída na indústria do alumínio no Brasil e no exterior, chega com uma agenda futura bem carregada.

Além de cuidar das operações na América do Sul, com forte concentração no Brasil, o executivo - que estava baseado na Alcan no Canadá quando a Novelis foi criada - foi nomeado vice-presidente sênior da companhia. Agora, ele divide o se tempo entre São Paulo e Atlanta (EUA), onde se encontra a sede da empresa, e outros países sul-americanos.

Controlada pela Hindalco, companhia de metais (alumínio e cobre) do conglomerado indiano Aditya Birla, a Novelis objetiva no Brasil e outros países da região ganhar novas aplicações para seus produtos. Hoje, das 400 mil toneladas por ano de chapas de alumínio que saem da fábrica de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba (SP), cerca de 80% destinam-se á fabricação de latas para bebidas (cervejas, refrigerantes e sucos). "Vamos olhar outros mercados em expansão no país, como de transporte e automotivo e o da construção civil", informou.

Uma das primeiras medidas de Palmieri ao assumir o cargo foi criar uma diretoria de desenvolvimento de negócios. Para a função, buscou um executivo que terá a tarefa de levar o alumínio da empresa a esses novos mercados. Uma vantagem, observou, é que a Novelis já tem a tecnologia para essas novas áreas nos EUA e em vários países da Europa. "É só adaptar para nosso mercado".

Nos EUA, por exemplo, a empresa está investindo US$ 200 milhões em uma nova laminação de chapas apenas para atender a demanda da indústria automotiva. Hoje, um automóvel médio já carrega 150 quilos de alumínio e a tendência é que a presença do metal, mais leve que o aço, em outras partes do automóvel além das peças do motor, aumente bastante nos próximos anos, diz.

Um fator que justifica essa diversificação para outros mercados é a expansão em 50% da capacidade da laminação de Pindamonhangaba, para 600 mil toneladas, no fim de 2012. Com investimento de R$ 500 milhões, o projeto já tem 50% da obra realizada. "Agora vamos ter capacidade para atender melhor esses setores".

Palmieri lembrou que essa diversificação não implica faltar chapa para as fabricantes de latas de alumínio no país, todas com planos de expansão em curso. "Tudo isso já está com suprimento garantido em contratos de longo prazo".

Outro desafio do executivo é levar avante o plano de tornar metal reciclado como a grande fonte de matéria-prima. A meta a ser alcançada é de 80% do total de alumínio usado para fazer chapas e outros produtos até o fim desta década. Hoje, globalmente, o índice na companhia é de 34%.

No Brasil, já atingiu 50%, mas esse percentual pode reduzir a 33% no fim de 2012 com a expansão da laminação se mais nada for feito. Diante disso, a empresa já estuda - sem ainda revelar detalhes - alternativas para ampliar a capacidade de reciclagem, hoje de 200 mil toneladas por ano. O último investimento foi de US$ 15 milhões e foi concluído recentemente. Valor igual está sendo aplicado em uma rede própria de coleta de latas em São Paulo, Santa Catarina, Bahia e Pernambuco.

Da mesma forma, pela importância da reciclagem no futuro da companhia, foi criada uma nova diretoria para essa atividade.

Com vendas de 3 milhões de toneladas de produtos no último ano fiscal, encerrado em 31 de março, a Novelis faturou US$ 10,6 bilhões. Em volume, o negócio de latas respondeu por 58%. A receita na América do Sul alcançou US$ 1,2 bilhão, somando vendas de 419 mil toneladas. A companhia está presente em 11 países.

Fonte: Valor