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Para metalúrgicos de Sorocaba, caos eleitoral dos EUA pode se repetir nas eleições brasileiras

SMetal repudia o que chama de ataque a democracia e vê com muita preocupação o desenrolar das eleições nos Estados Unidos; dirigentes sinalizam a possibilidade da situação se repetir no Brasil em 2022

Publicado: 07 Janeiro, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) repudia o que chama de ataque a democracia e vê com muita preocupação o desenrolar das eleições nos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, 6, manifestantes pró-Donald Trump invadiram o Congresso estadunidense, que realizava a certificação da vitória do democrata Joe Biden como presidente do país. 

A invasão foi inflada por Trump, que mais cedo discursou diante de milhares de apoiadores e manteve a afirmação de que as eleições foram fraudadas, apesar de não apresentar nenhuma prova. Além disso, todos os recursos judiciais tentados pelo republicano foram negados pela Justiça.

Para o presidente do SMetal, Leandro Soares, a situação é de alerta. “Num processo democrático, temos que respeitar a decisão da maioria, mesma que não seja a nossa. Quando não aceitamos o resultado das urnas numa eleição, estamos falando de golpe, de atentando contra a democracia”.

Ele faz um paralelo da situação estadunidense com o Brasil. “Temos uma democracia relativamente recente e precisamos estar atentos para situações como estas. Tanto que, há pouco tempo, tivemos o golpe que foi o impeachment da Dilma, onde as forças que não respeitam a democracia derrubaram uma pessoa legitimamente eleita”.

O secretário de organização do Sindicato, Izidio de Brito, enfatiza que o cenário estadunidense é um aviso para o Brasil. “Assim como Trump, Bolsonaro trabalha baseado em mentiras e incentiva a violência. Tanto que, em 2018, ele já ensaiou uma situação parecida, quando afirmava que teria votos para ganhar no primeiro turno, mesmo sem nunca ter apresentado qualquer prova disso”.

Izidio completa que Bolsonaro tem usado o caos nas eleições estadunidenses para questionar o processo no Brasil. “Ele tem insistido em falar que a urna eletrônica não é segura e pedir o voto impresso, como é lá. Isso é a preparação para que, caso perda nas urnas, ele também se recuse a deixar o poder e coloque o país numa situação de guerra”.

Leandro afirma que é preciso se preparar para enfrentar esse cenário aqui no Brasil. “Desde já, estamos fazendo o alerta do que pode acontecer nas eleições de 2022. Bolsonaro tem preparado o terreno para contestar uma eventual derrota. Temos que nos unir para mostrar que a democracia é o maior bem que nós temos”.

*matéria publicada no site do Smetal